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Publicada em 03 de Maio de 2024 às 19:30

Em meio à cheia histórica do Guaíba, Zona Sul da Capital sofre com alagamentos

Parte da Orla de Ipanema já se encontra submersa pelas águas do Lago

Parte da Orla de Ipanema já se encontra submersa pelas águas do Lago

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
O dia 3 de maio de 2024 já está na história como um dos mais tristes capítulos da bicentenária história da capital do Rio Grande do Sul. Com o Lago Guaíba alcançando os 4,58m no Cais Mauá até as 19h desta sexta-feira (3) e cada vez se aproximando mais de sua cota recorde - os 4,76m da enchente de 1941 -, praticamente todas as regiões da cidade apresentam pontos de alagamento. Na Zona Sul, um dos trechos que mais chamam atenção é a Orla de Ipanema.
O dia 3 de maio de 2024 já está na história como um dos mais tristes capítulos da bicentenária história da capital do Rio Grande do Sul. Com o Lago Guaíba alcançando os 4,58m no Cais Mauá até as 19h desta sexta-feira (3) e cada vez se aproximando mais de sua cota recorde - os 4,76m da enchente de 1941 -, praticamente todas as regiões da cidade apresentam pontos de alagamento. Na Zona Sul, um dos trechos que mais chamam atenção é a Orla de Ipanema.
A reportagem do JC foi até a região durante a tarde desta sexta e se deparou com as águas inundando a avenida Guaíba - principalmente no cruzamento com a av. Osvaldo Cruz -, invadindo residências e obrigando o fechamento de comércios. Segundo relatos de moradores locais, esta foi a maior enchente do lago em muito tempo.

“Moro há anos na Zona Sul e nunca vi nada igual”

Esta era frase mais repetida por todos aqueles que acompanhavam assombrados ou impressionados, a progressiva elevação do Guaíba. Para Katia Moura, 52 anos, o que mais tem gerado medo é a forma repentina como tudo está acontecendo. Conforme ela explica, o lago apresentou grande elevação em pouquíssimas horas, o que pegou alguns residentes de surpresa.
“Sabíamos que o Guaíba ia subir e poderia alcançar as residências, porém, a forma como tudo se sucedeu... Até a manhã de hoje (sexta-feira) ainda dava para enxergar a areia da orla e, agora, algumas regiões da avenida estão intransitáveis. Nesse momento, minha casa ainda está segura, mas não sabemos como será o dia de amanhã e isso assusta”, completa.
Ricardo Muller, 45 anos, mora na mesma residência, localizada no bairro Cristal, durante toda a vida. De acordo com ele, as águas do Guaíba nunca foram uma preocupação, já que, em crise alguma elas chegaram lá. Contudo, circula entre os moradores uma simulação de que, se o lago atingir 5m, a casa será um dos pontos afetados.
“Minha avó contava que, em 1941, o Guaíba chegou no portão, mas não adentrou a residência. Hoje, com a iminência de que isso ocorra, estamos muito preocupados e, o pior é que não podemos fazer nada além de esperar”, destaca.
Em meio aos caos, também tinha quem procurasse um alento. No início da av. Guaíba, junto à rua Dea Coufal, preenchiam o cenário vários pescadores que, com o lago em um nível histórico, viram uma boa oportunidade para trabalho. Conforme enfatizaram para a reportagem, a enchente trouxe muitos peixes grandes para próximo da orla, algo difícil de acontecer em dias normais.

Em meio à enchente, algumas pessoas aproveitaram para pescar

Em meio à enchente, algumas pessoas aproveitaram para pescar

THAYNÁ WEISSBACH/JC
 

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