“Tristemente, venho informar que a situação da cidade vai piorar”. Com esta sentença, o prefeito Sebastião Melo, iniciou a coletiva de imprensa convocada para a manhã desta sexta-feira, no Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic), na Capital. Ao anunciar a situação dos fechamentos das comportas do muro de contenção da Mauá, chegou a notícia do rompimento do Portão 14 (na altura da rua João Moreira Maciel com a Av. Sertório), causando o alastramento das águas.
Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), estava previsto o deslocamento de um tanque do Exército para tentar contê-lo, mas o veículo não chegou a tempo de evitar o rompimento. A previsão é de, com esse agravante, os alagamentos alastre-se pelo Centro Histórico e 4º Distrito, aumentando os dados sofridos pelas fortes chuvas que atingem a Capital desde o último fim de semana.
Para evitar mais transtornos, o Sindilojas e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL) acordaram com o fechamento do comércio no local. Além disso, a Defesa Civil pede que os moradores saiam de suas casas e procurem locais seguros. “O Mercado Público, inclusive, foi fechado mais cedo. Além disso, as unidades de Saúde Santa Marta também interromperam os trabalhos às 11h”, afirmou o prefeito.
Na avaliação de Melo, o agravamento da situação deve-se ao grande volume de precipitações, que caem de forma intensa e rápida, sem possibilidade de vazão. “Os quatro rios que abastecem o Guaíba são abastecido por dezenas e dezenas de rios, valos e arroios, e eles receberam em determinados lugares, seja na cabeceira ou no curso desses rios, quase 600 milímetros de chuva, que deve continuar nos próximos dias”, explica o prefeito.
Outras medidas foram tomadas em relação ao trânsito, com alterações nas áreas afetadas, e fechamentos de pontes.
Abrigos
As pessoas resgatadas pelo bombeiros e as que se deslocam para abrigos precisam chegam pelo Embarcadero e são direcionadas aos locais de acolhimento. No entanto, o chefe do executivo municipal alerta para o fato de que o Centro de Eventos Pepsi On Stage, que estava recebendo desabrigados e desalojados, precisou ser evacuado pelo risco de alagamentos.
“Nós tomamos a decisão de transferir esse alojamento para o Quartel da Brigada Militar na Av. Aparício Borges. Então essa transferência começa a operar e estamos abrindo o Centro Estadual de Treinamento Esportivo (CETE), que é uma parceria com o governo do Estado e talvez outros abrigos. São mais de 400 pessoas já acolhidas até o momento”, declara o prefeito.
Pontos de atenção
Nas Ilhas ocorrem resgates nos locais onde caminhões do Exército entram, carros normais não têm condições de acesso desde quinta-feira (2). Os trabalhos ocorrem com a ajuda de jet-skys e barcos, sob a orientação dos Bombeiros.
Para o 4º Distrito e o Centro Histórico, a evacuação orientada tem sido a medida adotada. “Já que o comércio está fechando, eu peço que as pessoas tomem a providência de deixar o local”, sugere Melo.
Zona Norte: o Arroio Passo das Pedras, que desemboca no Sarandi, está com sérios problemas nas casas de bombas. Poderá haver alagamentos na Asa Branca, na Vila Brasília e entorno.
O Dique que fica atrás da Fiergs, que absorve toda a água do Arroio Feijó, está recebendo atenção especial e reforços com mais areias e mais máquinas.
Represa do Sabão, no Beco dos Cafunchos, é também um local de perigo, com vazão e possibilidade de entupimento pelas plantas macrófitas.
O Túnel Verde, Guarujá, Vila dos Sarjentos estão com problemas para fazer com que as pessoas. No Lami, os indígenas já foram retirados.