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Publicada em 02 de Maio de 2024 às 13:47

"Não vamos permitir que faltem recursos", diz Lula sobre resgates e recuperação de cidades atingidas por cheias no RS

Presidente desembarcou em Santa Maria para acompanhar de perto a situação do RS em razão das chuvas

Presidente desembarcou em Santa Maria para acompanhar de perto a situação do RS em razão das chuvas

Mauricio Tonetto/Secom/Divulgação/JC
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Juliano Tatsch
Juliano Tatsch Editor-assistente
Matéria atualizada às 17h45min
Matéria atualizada às 17h45min
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou no início da tarde desta quinta-feira (2) que o governo federal fará todos os esforços possíveis para ajudar nos resgates das pessoas que estão sofrendo com as cheias dos rios no RS e para  recuperação das regiões atingidas pelas chuvas e enchentes. Lula está em Santa Maria desde o meio da manhã para acompanhar de perto as ações que estão sendo feitas para mitigar os estragos causados pela emergência climática no Estado.
"Da parte do governo federal não faltará nenhum esforço. Não vamos permitir, como não permitimos no Vale do Taquari, que falte recursos para que a gente possa reparar os danos causados. O governo federal estará 100% à disposição do Rio Grande do Sul, do povo gaúcho, para atendermos com material humano, com trabalho, com eficiência e com recursos para que a gente possa reparar os prejuízos. Em um primeiro momento, temos só de salvar vidas e cuidar das pessoas. Em um segundo momento, vamos começar a avaliar os danos", disse Lula em reunião de trabalho que contou com ministros, militares e o governador Eduardo Leite.
Lula garantiu que não faltará dinheiro para o cuidado das pessoas e recuperação das cidades. "Vamos dedicar 24h de esforço para atender as necessidades básicas para o povo isolado por causa da chuva. Lamentavelmente só não podemos prometer recuperar a vida das pessoas, mas vamos tentar minimizar o prejuízo. Como ser humano, Vou rezar e rezar muito para que a chuva possa parar, para que as pessoas possam voltar para suas casas, possam se reencontrar. Como governante, vou fazer o que estiver ao alcance para que passamos dar o RS e ao povo gaúcho tranquilidade", disse o presidente.
A fala do presidente foi realizada durante reunião em Santa Maria durante o início desta tarde, juntamente com o governador do Estado Eduardo Leite, assim como os ministros da Integração Nacional, Proteção e Defesa Civil, Transportes, Ministro Chefe da Casa Civil, das Cidades e a Ministra do Meio Ambiente, assim como a presidência da Companhia Nacional de Abastecimento (conab)
Durante a reunião foi relatado ao líder do executivo um balanço da situação geral dos municípios do Rio Grande do Sul pelo comandante conjunto das ações militares Hertz Pires do Nascimento. Foi apresentado por ele que são 132 municípios afetados, com treze óbitos e 21 desaparecidos. O número de desalojados está em 5.321, com 3.088 em abrigos e um total de 44.640 afetados. 
Também há 141 trechos de rodovias interditados, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o que pode afetar o abastecimento das cidades atingidas.
Nascimento ressaltou que, somente nos últimos três dias choveram 534mm no RS. Além disso, a previsão é que os rios continuem subindo.
A operação Taquari 2, como foi chamada, é uma operação conjunta de vários órgãos de proteção e defesa como explicou o militar. Segundo ele, a partir de agora, vai ser centralizado um esforço na chamada Sala de Situação integrada, sob seu comando, visando celeridade na tomada das decisões.
Os esforços do efetivo militar vão ser concentrados nas cidades da região do Vale do Rio Pardo, com 143 militares; no Vale do Taquari, com 100, sendo que dependem da diminuição do nível dos rios para enviarem mais efetivos; 86 na Região Metropolitana e 30 na região de Bento Gonçalves. Também citou 47 na região Oeste, 40 no Vale do Caí e 14 em Vale do Taquari. A operação envolve 600 militares no apoio às vítimas das enchentes em 19 municípios do estado.
Esse apoio tem auxiliado, segundo o governo do Estado, nas ações de busca e resgate de vítimas e a desobstrução de estradas, além de distribuição de alimentos, colchões, água e a montagem de postos de triagem e abrigos.

Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira já operam na região e outras duas do Exército se deslocaram. O Ministério da Defesa solicitou outras oito. Segundo números atualizados nesta quinta, o efetivo das Forças Armadas foi ampliado de 335 para 626 militares. A pasta já forneceu 45 viaturas e 12 embarcações.
O governador do Estado, Eduardo Leite, por sua vez, explicou que somam-se 204 municípios com riscos relacionados à respostas hidrográficas em razão do volume de chuvas. Leite apelou novamente à população atingida, que se dirija aos locais de segurança. Além disso, o chefe do executivo estadual já havia decretado estado de calamidade pública nesta quarta-feira (1), em face dos estragos causados pelos eventos climáticos. 
O governador ressaltou a diferença dos eventos comparados às cheias 4 de setembro de 2023, nos quais tiveram, um dia após, 5 de setembro, tempo firme para resgates. “Neste momento, não temos tido essa condição, desde terça-feira a gente mobiliza o que é possível, mas muito problemas climáticos ainda afetam as aeronaves”. Por esse motivo, ressaltou a natureza preliminar dos números levantados pelo governo.
Por parte do Ministério dos Transportes, o ministro Renan Filho explicou que há recursos orçamentários e contratos suficientes para lidar com os problemas. Esses problemas surgem em três divisões do ponto de vista da engenharia: o primeiro ponto são áreas de deslizamento de terra, no qual o órgão espera liberação em até 48 horas até a finalização das chuvas. Onde a estrutura não tiver sido abalada, será liberado imediatamente. Já onde a infraestrutura foi levada, irão esperar de 7 a 15 dias para reestabelecer o fluxo.
Além disso, o presidente do Conab, Edegar Pretto, informou que a Conab e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) estão à disposição para ajudar a população com a doação de alimentos.

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