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Publicada em 26 de Abril de 2024 às 17:08

Em 2022, vereador de Porto Alegre havia denunciado situação precária de pousadas Garoa

Incêndio na unidade da Farrapos, no centro de Porto Alegre, deixou 10 mortos

Incêndio na unidade da Farrapos, no centro de Porto Alegre, deixou 10 mortos

TÂNIA MEINERZ/JC
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
Quando era vereador, em 2022, o atual deputado estadual Matheus Gomes (PSOL) havia denunciado a situação precária das pousadas da rede Garoa, que sofreu um incêndio em uma de suas unidades, na Avenida Farrapos, na madrugada desta sexta-feira (26), e deixou dez mortos e pelo menos 15 feridos em Porto Alegre. À época, a denúncia dizia respeito à unidade da avenida Brasil. 
Quando era vereador, em 2022, o atual deputado estadual Matheus Gomes (PSOL) havia denunciado a situação precária das pousadas da rede Garoa, que sofreu um incêndio em uma de suas unidades, na Avenida Farrapos, na madrugada desta sexta-feira (26), e deixou dez mortos e pelo menos 15 feridos em Porto Alegre. À época, a denúncia dizia respeito à unidade da avenida Brasil. 
De acordo com Gomes, a prefeitura não deu retorno sobre as denúncias e "também não informou sobre o procedimento fiscalizatório", disse. A denúncia foi feita através da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores.
Matheus Gomes/ Arquivo Pessoal/ JC
Registros de 2022 mostram condições da hospedagem denunciada (Reprodução/JC)
"Ainda em 2021, realizei duas audiências públicas pra tratar da política de acolhimento. Em 2022, no mês de agosto, formalizamos a denúncia sobre a Garoa da avenida Brasil e também fizemos questionamento sobre o conjunto das pousadas, que foram respondidos parcialmente, sempre com o tema da fiscalização sendo negligenciado nos retornos da prefeitura", contou.
Segundo o deputado estadual, as denúncias de pessoas em situação de vulnerabilidade social sobre as pousadas eram frequentes. "Acolhi inúmeras denúncias de pessoas em situação de rua sobre o conjunto da rede Pousada Garoa. Formalizamos a que tivemos acesso a fotos e informações internas. No entanto, pessoas nessa condição relatavam que às vezes preferiam dormir na rua do que nas pousadas da rede", contou.
Matheus Gomes/Arquivo Pessoal/JC
Espaços apresentavam condições precárias de habitabilidade (Reprodução/JC)
Em Ofício Circular publicado no dia 8 de agosto de 2022, o qual a reportagem teve acesso, consta que a unidade da avenida Brasil tinha "locais com péssimas condições de habitabilidade com acúmulo de lixo, ambientes sujos, presença de insetos e ratos, precariedade nas divisórias dos quartos significando insegurança, em especial, para mulheres e instalações elétricas precárias. Nota-se ausência completa de fiscalização por parte do Executivo Municipal com a empresa parceirizada. Dessa forma, solicita-se conhecimento e a adoção das medidas cabíveis sob suas competências e atribuições."
No mesmo ano de 2022, além dessa denúncia, um outro incêndio havia atingido uma das edificações da rede Garoa. Um homem morreu e outras 11 pessoas ficaram feridas após o fogo consumir o edifício na rua Jerônimo Coelho, no centro.
Matheus Gomes/ Arquivo Pessoal/ JC
Então vereador, Matheus Gomes enviou ofício solicitando providências (Reprodução/JC)
O Ofício foi encaminhado a diversas autoridades, incluindo a diretoria da Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC), ao Conselho Municipal de Direitos Humanos, ao Conselho Estadual de Direito Humanos – CEDH e à defensora do Centro de Referência em Direitos Humanos da Defensoria Pública. A reportagem entrou em contato com a FASC e aguarda retorno. 
Em coletiva realizada nesta sexta-feira (26), a reportagem do Jornal do Comércio questionou o prefeito Sebastião Melo (MDB) sobre o ofício. Ele afirmou que o canal de entrada de denúncia da prefeitura, o 156, não registrou denúncias, mas que a Investigação Primária Sumária (IPS) determinada nesta sexta vai apurar se houve omissão de quem deveria fiscalizar a situação nas pousadas que abrigam pessoas em situação de rua por meio de convênio firmado com a prefeitura. 
 

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