Incêndio iniciado na madrugada desta sexta-feira (26) atingiu uma pousada localizada na avenida Farrapos, entre as ruas Garibaldi e Barros Cassal, em Porto Alegre, e provocou a morte de 10 pessoas, além de deixar feridos. O local, que abrigava pessoas em situação de vulnerabilidade, teve o fogo controlado ainda antes do amanhecer.
Segundo o diretor-geral da Defesa Civil, Cel. Evaldo Rodrigues de Oliveira Junior, "houve uma intervenção rápida das equipes do Corpo de Bombeiros, que acionou as demais estruturas, como a Defesa Civil Municipal, a Brigada Militar, o Instituto Geral de Perícias". De acordo com ele, a primeira equipe do Instituto Geral de Pericias (IGP) fez a remoção dos corpos e uma segunda equipe foi encaminhada para avaliar a cena. "A partir desse trabalho, será liberado para as demais equipes avaliarem as estruturas e a gente já sabe a que fica mais ao fundo não será liberada para uso e que a estrutura ao lado, que também faz parte da rede, da mesma rede da pousada Garoa, também será interditada".
A Defesa Civil informou que o município autorizou as pessoas que estavam hospedadas no albergue a removerem seus pertences e as estão direcionando para outros espaços de acolhimento pela Fundação de Existencia Social Esquadrão de São Paulo. Esse é o caso de João Carlos Guimarães, frequentador do local.
Acompanhado de seu cachorro Jack, ele esperava um encaminhamento ao lado do edifício incendiado e relembra os momentos de pânico. "Eu trabalhava durante o dia na reciclagem e vinha para dormir. Cheguei normal,às 21h, porque tinha que estar ali dentro. Arrumei e limpei minha peça. Daí, eu coloquei o lixo para fora e fui pro banho. Depois fui para o quarto escutar ojogo do Inter. Já era 1h quando eu fui apagara luz. Não deu minutos, vieram dois rapazes correndo batendo nas portas, dizendo: 'vamos descer, pegou fogo'. Tudo muito escuro", narra.
Por meio da rede social X (antigo Twitter), o governador Eduardo Leite e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, lamentaram o ocorrido:
Vizinho do local, Danilo Moraes, 64 anos, despertou com os gritos de "não quero morrer", e observou as pessoas correndo apavoradas. Na opinião dele, o incendio foi criminoso, "agora nos resta esperar pelos profissionais analisarem e chorar pelas almas que se foram".
Segundo o comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS), tenente-coronel Lúcio Junes da Silva, o local funcionava de forma irregular. A perícia criminaldirigiu-se aolocal para identificar as vítimas e investigar as causas do incêndio.
"Agora segue o trabalho da perícia para identificar as possíveis causas desse incêndio. Trata-se de uma edificação que não possuía alvará dos Bombeiros. Para esteincêndio, foram necessários 20 bombeiros militares, tanto no resgate das vítimas, que foram retiradas da edificação, como para o combate ao incêndio", explica o tenente.