O município de Porto Alegre e Região Metropolitana passam por sobrecarga nas áreas da saúde. Apesar disso, a situação que acomete os hospitais com atendimento associado ao SUS na Capital e entorno não deve afetar os atendimentos particulares e por convênio. Porém, o diretor de operações do Hospital Mãe de Deus, Clayton Moraes, afirma que, mesmo assim, a instituição está com uma ocupação maior do que a comum para o atual período.
Desses, o maior ingresso foi pelo serviço de emergência, que lotou essas unidades, sendo que, como descreveu o diretor, é quase em totalidade por operadoras de saúde (convênios) e atendimentos particulares.
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Para Moraes, não parece ser uma sobrecarga vinda do SUS, uma vez que os pacientes que possuem convênio não costumam concorrer com outros que utilizam o sistema público. Conforme descreveu, o perfil dos pacientes é principalmente os acometidos com síndrome gripal, H1N1, Covid-19 e Gripe A, além de pacientes cardiológicos.
Ao contrário do que está ocorrendo na rede pública, os dados registrados pelo diretor de operações não demonstram que sejam pessoas de outras cidades buscando atendimento na Capital, mas sim residentes da cidade.
Um dos principais fatores para a recente superlotação em hospitais associados ao sistema público é a procura por atendimento de residentes de outras cidades gaúchas. Segundo o diretor da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Júlio Matos, o estabelecimento atende 491 municípios de um total de 497 do território gaúcho. Tal situação levou o prefeito Sebastião Melo (MDB), a autorizar a SAMU para o transporte de pacientes em atendimento na Capital para o retorno aos seus municípios.
Apesar de estarem operando com 100% das lotações, o Hospital Mãe de Deus não prevê sobrecarga ou falta de insumos e medicamentos. Porém, espera ainda um aumento no início do inverno.
“É bem possível que no inverno e chegada das primeiras ondas de frio, tenhamos um incremento de pacientes que vão buscar as emergências, porque isso é uma realidade aqui do sul, que inclui maior número de casos de síndromes respiratórias e gripais nesse período do ano", explicou Moraes.
Para contornar a situação, comenta o diretor, possuem planos de contingência. Isso abarcaria contratações temporárias, conversão de leitos de transição em leitos permanentes, dimensionamento de salas de cirurgia e “uma série de planos que contemplam cada uma das áreas do hospital”.