Os hospitais de Porto Alegre, que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seguem operando acima da sua capacidade. Nesta quinta-feira (4), as emergências dos hospitais de Clínicas, Santa Casa e Conceição, que pertence ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC), seguiam superlotadas. Na emergência adulta do Clínicas, 133 pacientes estavam na unidade. Porém, a administração do hospital informou que não havia restrições no atendimento. No setor de pediatria, foram colocados 28 pacientes.
Na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, a emergência SUS segue operando com restrição de atendimento devido a superlotação. Nesta quinta-feira, 59 pacientes estão em observação para 28 leitos contratualizados, o que representa 210% de superlotação do espaço. No Hospital Nossa Senhora Conceição, a emergência está restrita a pacientes graves e estava com 78 pacientes hospitalizados.
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Uma reunião na noite de quarta-feira (3) entre os gestores das secretarias estadual e municipal de Saúde de Porto Alegre discutiu ações para melhorar o fluxo da rede hospitalar da Capital. Uma das propostas é que, quando possível, pacientes de outras cidades que estejam em hospitais de Porto Alegre passem a ser atendidos em seus municípios de origem. "Vamos ter que contar com o apoio dos municípios de origem para que os casos possam retornar depois de passar por um hospital de complexidade maior, desde que tenham condições de voltar”, explicou a diretora do Departamento de Regulação Estadual (DRE), Suelen Arduin.
A secretária adjunta da Secretaria Estadual da Saúde, Ana Costa, disse que a ideia é buscar soluções para desafogar a rede hospitalar do município. Entre os pontos sugeridos na reunião, estão a organização do transporte de pacientes, o uso de uma ferramenta comum pelo Estado e pelo município para a definição do destino dos pacientes, dando mais celeridade ao processo de encaminhamento, bem como a elaboração de uma plataforma similar para os serviços de emergência da Região Metropolitana e outros procedimentos técnicos.
O secretário municipal da Saúde, Fernando Ritter, afirmou que a medida de direcionar os pacientes para o município de origem ou para mais perto da sua cidade vai ajudar a desafogar o sistema de saúde na Capital. Ritter citou o exemplo da UPA Moacyr Scliar que tinha 20 pessoas - 15 pacientes de Alvorada; um de Balneário Pinhal; um de Cachoeira do Sul; um de Viamão; um de Gravataí e um de São Leopoldo. "São pacientes que estavam aguardando leito em Porto Alegre, mas que podiam ser atendidos nos seus municípios de origem" destaca.
Conforme Ritter, a ideia é evitar a vinda de pessoas do Interior do Estado que poderiam ser atendidas nas suas cidades e também realizar a transferência de pacientes de média complexidade para os seus municípios de origem. Uma nova reunião para dar continuidade à elaboração do plano ocorrerá na próxima segunda-feira (8), na Regulação Estadual.