Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 01 de Abril de 2024 às 18:46

Hospital de Alvorada desiste de greve após demissão de funcionários

Decisão foi tomada após demissão de 495 funcionários no instituto cardiologia

Decisão foi tomada após demissão de 495 funcionários no instituto cardiologia

Sindisaúde-RS/Divulgação/JC
Compartilhe:
Thiago Müller
Thiago Müller
O estado de greve dos trabalhadores da saúde no Hospital de Alvorada foi substituído por manifestações até a data de próxima mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), marcada para quinta-feira (4). Segundo o Sindisaúde-RS, sindicato que representa os trabalhadores da saúde no estado, a decisão aconteceu após a demissão de 495 funcionários no Instituto de Cardiologia. 
O estado de greve dos trabalhadores da saúde no Hospital de Alvorada foi substituído por manifestações até a data de próxima mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), marcada para quinta-feira (4). Segundo o Sindisaúde-RS, sindicato que representa os trabalhadores da saúde no estado, a decisão aconteceu após a demissão de 495 funcionários no Instituto de Cardiologia
Conforme o Sindisaúde-RS, a motivação da greve é a confirmação de não pagamento de verbas rescisórias, o que, segundo a entidade, deveria ser feito após a transição de gestões que estão sendo realizadas em Cachoeirinha e Alvorada.
O hospital de Alvorada, juntamente com o Padre Jeremias, em Cachoeirinha, estava com paralisação marcada para esta segunda-feira (1). Segundo o sindicato, o estabelecimento em Cachoeirinha continuará e paralisação. O hospital de Viamão entrou nesta segunda-feira em estado de greve, podendo convocar uma assembleia para paralisação a qualquer momento.
Conforme o diretor do sindicato, Julio Jesien, a mudança de agenda ocorreu pela demissão, por e-mail, dos funcionários do Hospital de Alvorada, parte do Instituto de Cardiologia. A assembleia estava marcada para acontecer na segunda às 14h, "entretanto, nesse intervalo, o Cardiologia acaba demitindo todos seus trabalhadores através de e-mail. Então, como se rompe esse contrato de trabalho, não há mais justificativa para uma greve", explica.
Segundo ele, o término do contrato de gestão do hospital foi realizado pelo Estado do Rio Grande do Sul de forma unilateral, sendo que o término era previsto somente para setembro de 2026. Para Jesien, "o cardiologia tinha interesse em permanecer (em contrato), e talvez fosse com uma melhor finalização". Ele relata que o valor chega a pouco mais de R$ 40 milhões.
Como já apurado pelo Jornal do Comércio, a Fundação Universidade de Cardiologia (FUC) encontra-se, no momento, em regime de recuperação judicial. Essa crise se insere no contexto do Programa Assistir, que reorganizou os recursos destinados à saúde em 2021. O Programa foi revisado no fim do ano de 2023, após a demanda de R$ 500 milhões anuais na área.
A partir disso, Jesien relata que o Sindicato irá cobrar que as verbas rescisórias cheguem efetivamente aos trabalhadores a partir da mediação do TRT-4, marcada para esta quinta.
Todos esses estabelecimentos de saúde são administrados pelo mesmo órgão, a Fundação Universidade de Cardiologia (FUC), responsável pelos hospitais de Alvorada; Padre Jeremias, de Cachoeirinha; Instituto de Cardiologia Hospital Viamão; Hospital Regional de Santa Maria; e Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal.

Confira a agenda:

 
Durante a terça-feira, o Sindisaúde prevê uma reunião das 14h às 17h na Secretaria da Saúde em Alvorada e, na quarta-feira, ato em frente à prefeitura, com possibilidade de comparecimento à Assembleia Legislativa, ainda em discussão.
Na quinta-feira, o Sindisaúde prevê a realização de um ato na Assembleia Legislativa durante a manhã, com horário ainda a definir, assim como uma manifestação no Palácio Piratini, a depender do número de pessoas presentes. À tarde, será realizada sessão de mediação no TRT-4, às 14h.
A reportagem do Jornal do Comércio procurou a Secretaria Estadual da Saúde, mas até a publicação desta matéria, não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Notícias relacionadas