O estado de greve dos trabalhadores da saúde no Hospital de Alvorada foi substituído por manifestações até a data de próxima mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), marcada para quinta-feira (4). Segundo o Sindisaúde-RS, sindicato que representa os trabalhadores da saúde no estado, a decisão aconteceu após a demissão de 495 funcionários no Instituto de Cardiologia.
Conforme o Sindisaúde-RS, a motivação da greve é a confirmação de não pagamento de verbas rescisórias, o que, segundo a entidade, deveria ser feito após a transição de gestões que estão sendo realizadas em Cachoeirinha e Alvorada.
O hospital de Alvorada, juntamente com o Padre Jeremias, em Cachoeirinha, estava com paralisação marcada para esta segunda-feira (1). Segundo o sindicato, o estabelecimento em Cachoeirinha continuará e paralisação. O hospital de Viamão entrou nesta segunda-feira em estado de greve, podendo convocar uma assembleia para paralisação a qualquer momento.
Conforme o diretor do sindicato, Julio Jesien, a mudança de agenda ocorreu pela demissão, por e-mail, dos funcionários do Hospital de Alvorada, parte do Instituto de Cardiologia. A assembleia estava marcada para acontecer na segunda às 14h, "entretanto, nesse intervalo, o Cardiologia acaba demitindo todos seus trabalhadores através de e-mail. Então, como se rompe esse contrato de trabalho, não há mais justificativa para uma greve", explica.
Segundo ele, o término do contrato de gestão do hospital foi realizado pelo Estado do Rio Grande do Sul de forma unilateral, sendo que o término era previsto somente para setembro de 2026. Para Jesien, "o cardiologia tinha interesse em permanecer (em contrato), e talvez fosse com uma melhor finalização". Ele relata que o valor chega a pouco mais de R$ 40 milhões.
Como já apurado pelo Jornal do Comércio, a Fundação Universidade de Cardiologia (FUC) encontra-se, no momento, em regime de recuperação judicial. Essa crise se insere no contexto do Programa Assistir, que reorganizou os recursos destinados à saúde em 2021. O Programa foi revisado no fim do ano de 2023, após a demanda de R$ 500 milhões anuais na área.
A partir disso, Jesien relata que o Sindicato irá cobrar que as verbas rescisórias cheguem efetivamente aos trabalhadores a partir da mediação do TRT-4, marcada para esta quinta.
Todos esses estabelecimentos de saúde são administrados pelo mesmo órgão, a Fundação Universidade de Cardiologia (FUC), responsável pelos hospitais de Alvorada; Padre Jeremias, de Cachoeirinha; Instituto de Cardiologia Hospital Viamão; Hospital Regional de Santa Maria; e Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal.
Confira a agenda:
Durante a terça-feira, o Sindisaúde prevê uma reunião das 14h às 17h na Secretaria da Saúde em Alvorada e, na quarta-feira, ato em frente à prefeitura, com possibilidade de comparecimento à Assembleia Legislativa, ainda em discussão.
Na quinta-feira, o Sindisaúde prevê a realização de um ato na Assembleia Legislativa durante a manhã, com horário ainda a definir, assim como uma manifestação no Palácio Piratini, a depender do número de pessoas presentes. À tarde, será realizada sessão de mediação no TRT-4, às 14h.
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A reportagem do Jornal do Comércio procurou a Secretaria Estadual da Saúde, mas até a publicação desta matéria, não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.