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Publicada em 27 de Março de 2024 às 11:41

Número de nascimentos cai 3,5% em 2022 e tem menor patamar desde 1977

Março foi o mês com mais nascimentos em 2022, com 233,17 mil

Março foi o mês com mais nascimentos em 2022, com 233,17 mil

AFP/JC
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Agências
A taxa de natalidade recuou no Brasil em 2022 pelo quarto ano seguido, com 2,54 milhões de nascimentos, uma queda de 3,5% na comparação com 2021, que teve 2,63 milhões. O resultado representa o menor nível desde 1977, segundo os dados das Estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta quarta-feira (27) pelo IBGE. A série histórica é realizada desde 1974. Nordeste (-6,7%) e Norte (-3,8%) tiveram os recuos mais intensos, ficando acima da média nacional e seguidos por Sudeste (-2,6%), Centro-Oeste (-1,6%) e Sul (-0,7%). Em 2018, o País havia registrado 2,89 milhões de nascimentos. Na comparação com a média dos cinco anos anteriores à pandemia de Covid-19 (2015 a 2019), há uma diminuição de 326,18 mil nascimentos, ou 11,4%.
A taxa de natalidade recuou no Brasil em 2022 pelo quarto ano seguido, com 2,54 milhões de nascimentos, uma queda de 3,5% na comparação com 2021, que teve 2,63 milhões. O resultado representa o menor nível desde 1977, segundo os dados das Estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta quarta-feira (27) pelo IBGE. A série histórica é realizada desde 1974.

Nordeste (-6,7%) e Norte (-3,8%) tiveram os recuos mais intensos, ficando acima da média nacional e seguidos por Sudeste (-2,6%), Centro-Oeste (-1,6%) e Sul (-0,7%). Em 2018, o País havia registrado 2,89 milhões de nascimentos. Na comparação com a média dos cinco anos anteriores à pandemia de Covid-19 (2015 a 2019), há uma diminuição de 326,18 mil nascimentos, ou 11,4%.
“A redução da natalidade e da fecundidade no País, já sinalizada pelos últimos Censos Demográficos, somada, em alguma medida, aos efeitos da pandemia, são elementos a serem considerados no estudo sobre a evolução dos nascimentos ocorridos no Brasil nos últimos anos”, explica a gerente da pesquisa, Klívia Brayner.

Ao todo, 2,62 milhões de nascimentos foram registrados em 2022, sendo que 2,54 milhões são relativos a crianças nascidas em 2022 e registradas até o primeiro trimestre de 2023, em conformidade com a legislação, enquanto outros 78,7 mil registros foram de nascimentos que ocorreram em anos anteriores ou com ano de nascimento ignorado.

Entre as Unidades da Federação, a Paraíba apresentou a maior queda (-9,9%), seguida pelo Maranhão (-8,5%), Sergipe (-7,8%) e Rio Grande do Norte (-7,3%). Santa Catarina (2,0%) e Mato Grosso (1,8%) foram os únicos estados que apresentaram aumento de registros de nascimentos.

Março foi o mês com mais nascimentos, com 233,17 mil, seguido por maio (230,79 mil), enquanto outubro teve o menor número, 189 mil. “Esse comportamento confirma a tendência de anos anteriores de um maior volume de nascimentos ocorridos no primeiro semestre do ano, especialmente no mês de março”, avalia Klívia.

O levantamento analisou a idade das mães dos filhos nascidos em 2002. A predominância é na faixa etária de 20 a 29 anos (49,2%), porém em 2010 esse grupo representava 53,1% das parturientes. A queda indica uma tendência entre as brasileiras de serem mães mais tarde. Já o número de mães com menos de 20 anos era de 18,5% em 2010, foi para 13,2% em 2021 e caiu para 12,1% em 2022.

“Os dados evidenciam o aumento da representatividade dos nascidos vivos cujas mães pertenciam ao grupo etário de 30 a 39 anos”, complementa a gerente. O percentual aumentou de 26,1% em 2010 para 33,8% em 2021 e chegou a 34,5% em 2022. As regiões Sudeste (38,0%) e Sul (37,6%) apresentaram os maiores percentuais de nascimentos cujas mães tinham idades entre 30 e 39 anos na ocasião do parto.

 

Óbitos caíram em 2022, mas aumentaram entre crianças e adolescentes até 14 anos

O Brasil registrou 1,50 milhão de óbitos em 2022, um recuo de 15,8% (281,5 mil a menos) em relação ao ano anterior. Foram registrados 1,52 milhão de óbitos no ano, sendo esses 1,50 milhão correspondente aos que ocorreram em 2022 e foram registrados até o primeiro trimestre de 2023, em acordo com a legislação atual. Os demais 19,9 mil registros ocorreram em anos anteriores ou o ano do óbito foi ignorado, segundo os dados das Estatísticas do Registro Civil.

“Esse resultado acompanha o recuo das mortes ocasionadas pela Covid-19, com a ampliação do número de pessoas que completaram o esquema vacinal”, esclarece Klívia Brayner, gerente da pesquisa.

O resultado de óbitos referentes a 2021 (1,78 milhão), no auge da pandemia, foi o recorde da série histórica. Entretanto, o número de óbitos de 2022 foi 14,2% superior ao de 2019 (1,31 milhão), último ano pré-pandemia.

No resultado mensal, janeiro de 2022 foi o único com aumento em relação ao mesmo mês de 2021: o número de óbitos cresceu 10,7%, chegando a 161,18 mil, marcando o quinto maior da série após o início da pandemia (março de 2020), ficando atrás apenas dos meses de março a junho de 2021.

“De fato, o início de 2022 foi marcado pela terceira onda de Covid-19 no Brasil, provocada pela variante Ômicron, além de uma epidemia de Influenza A, também responsável pelo aumento das mortes entre idosos no período”, relembra a gerente da pesquisa. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) somente em maio de 2023. O segundo mês com mais óbitos em 2022 foi julho, com 134,33 mil.

Todas as regiões registraram queda no número de óbitos entre 2021 e 2022, com os maiores recuos no Centro-Oeste (-21,7%) e Norte (-21,1%), e a menor, no Nordeste (-9,3%). Os cinco estados que apresentaram a maior queda percentual foram Amazonas (-29,9%), Rondônia (-26,6%), Acre (-25,0%), Distrito Federal (-24,0%) e Roraima (-23,6%). Por outro lado, Piauí (-6,3%), Bahia (-6,9%), Paraíba (-6,9%), Alagoas (-7,2%) e Rio Grande do Norte (-8,8%) tiveram os menores recuos.

No recorte por faixa etária, houve aumento no número de óbitos entre a população com menos de 15 anos de 2021 para 2022. No total, foram registrados 40,1 mil óbitos para pessoas de 0 a 14 anos, 7,8% a mais do que em 2021 (37,2 mil). O maior aumento se deu entre as crianças de 1 a 4 anos: ocorreram 6 mil óbitos, 27,7% a mais do que em 2021 (4,7 mil).

Conforme Klívia, o resultado da pesquisa é compatível ao que foi encontrado no Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde (SIM/MS), que também mostra um aumento do número de óbitos entre crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. “Segundo as informações desse sistema, os óbitos cujas causas foram doenças respiratórias como gripe, pneumonia, bronquiolite, asma e outras corresponderam a mais de 60% da diferença do total no número de óbitos nessa faixa etária entre 2021 e 2022. Considerando que a vacinação de crianças e adolescentes brasileiros se deu mais tarde do que a vacinação dos adultos, e que, portanto, eles demoraram mais a completar o esquema vacinal, é possível que a Covid-19 tenha contribuído fortemente para esse quadro”, justifica a pesquisadora.

Em todas as demais faixas etárias a partir de 15 anos ou mais, houve redução do número de óbitos, com destaque para as faixas etárias de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos, que apresentaram a maior redução entre 2021 e 2022: queda de 30,1% e 30,5%, respectivamente.

A mortalidade também tem diferença no recorte por sexo. Entre 2021 e 2022, a redução relativa no número de óbitos femininos (-14,5%) foi inferior à masculina (-16,8%) e a razão de óbitos entre os sexos diminuiu de 124,1 para 120,8 óbitos masculinos a cada 100 femininos.

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