O Connex 2024, evento que reúne lideranças políticas, organizações do terceiro setor e sociedade civil para debater segurança pública, acontece até esta sexta-feira (15) em Pelotas, no Sul do Estado. O objetivo é compartilhar e promover as práticas em segurança pública e prevenção às violências.
De acordo com a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), o evento destaca a necessidade de colocar a segurança pública no eixo central da gestão municipal. "A segurança influencia em outros setores, como emprego, desenvolvimento social, saúde, educação, cultura. São temas que devem ser tratados de forma integrada", refletiu a prefeita.
Ela considera, ainda, que o Connex traz resultados práticos. "São conexões que estão acontecendo. Pessoas de outros estados e países estão se encontrando aqui. Já temos novos projetos surgindo desses encontros. Novos sentidos estão sendo produzidos aqui", ressaltou.
Em sete anos, Pacto Pelotas Pela Paz reduziu violência em 70% na cidade
A abertura do Connex 2024 aconteceu na noite de quarta-feira (13), no histórico Theatro Guarany, no centro da cidade, e ressaltou o Pacto Pelotas Pela Paz, um programa municipal para o combate à violência que surgiu em 2017. De acordo com a prefeita Paula Mascarenhas (PSBD), o programa reduziu, em números gerais, 70% da violência na cidade.
"Antes de 2017, a cidade passava por um crescimento da violência. Era muito preocupante. Com o esforço coletivo dos servidores e planejamento integrado, conseguimos reverter esse quadro, são resultados efetivos", afirmou. Sobre a onda de violência que atingiu o Estado no início deste ano, a prefeita conta que Pelotas não saiu ilesa, mas que a situação já está controlada. "Em janeiro e fevereiro tivemos 11 homicídios, mas em março não tivemos mais aumento nos casos", disse. Em janeiro deste ano, os homicídios passaram de 163 para 187, aumento de 15% no Rio Grande do Sul
Entre as principais metas do pacto estão melhorar os índices de homicídios, roubos a pedestres e veículos, perturbação do sossego e vulnerabilidade juvenil. Para isso, são desenvolvidas mais de 50 ações em diversos eixos, como prevenção social, policiamento e justiça, tecnologia, urbanismo e fiscalização administrativa.
Um ponto alto do evento, conforme a prefeita, foi o painel que apresentou as estratégias encontradas pelas cidades colombianas de Palmira e Medellín para o enfrentamento das violências e redução dos índices de homicídios. O encontro teve a presença de Óscar Escobar, ex-prefeito de Palmira, e do antropólogo Santiago Uribe Rocha, coordenador do projeto Cidades Resilientes. Conforme o painel, Medellín, no norte da Colômbia, por exemplo, chegou a ter uma média de 382 homicídios por cada grupo de cem mil habitantes em 1991 e, hoje, ostenta uma taxa de 15 homicídios por cada cem mil habitantes.
Durante o evento, também promovido pela Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), houve a realização do Reflexões Sobre o Futuro das Cidades, organizado pela Frente a partir de uma demanda dos gestores por mais oportunidades de discutir com profundidade técnica assuntos que estão na pauta prioritária das cidades.