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Publicada em 07 de Março de 2024 às 20:36

Propaga Migrações oferece curso gratuito de integração para mulheres migrantes em Porto Alegre

Objetivo da ONG é ofertar cursos voltados à instrumentalização de mulheres migrantes

Objetivo da ONG é ofertar cursos voltados à instrumentalização de mulheres migrantes

PROPAGA/DIVULGAÇÃO/JC
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Mariana Reyes
Neste sábado (9), acontece o encontro da primeira turma deste ano do curso Flor(ir), voltado à integração de mulheres migrantes de Porto Alegre. O curso é promovido pelo Propaga Migrações, grupo voluntário criado em 2022, dedicado à capacitação e orientação para mulheres migrantes e refugiadas. A aula, aberta ao público feminino, vai acontecer das 9h às 12h30, na Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ). No total, o curso terá a duração de seis sábados intercalados, ocorrendo até maio.O objetivo da ONG é ofertar cursos voltados à instrumentalização de mulheres migrantes, com ferramentas que a legislação brasileira oferece para assegurar seus direitos à saúde, assistência social e mercado de trabalho. O Propaga foi idealizado por duas estudantes de Relações Internacionais, a partir de um projeto de extensão da faculdade de assistência à população migrante. Durante o projeto, elas perceberam que havia muita dificuldade, por parte das migrantes, em acessá-las para tirar dúvidas em relação à documentação, e notaram o quanto isso impactava no desenvolvimento dessas mulheres em Porto Alegre. Decidiram, então, criar um curso informativo para que as mulheres migrantes pudessem viver com dignidade no Brasil. Uma das idealizadoras, Jéssica Rech, conta que o Propaga, diferente de outros grupos voluntários, tem o seu foco na perspectiva de gênero. “A violência contra a mulher se acentua quando existe essa mudança de localização. Um homem haitiano ou venezuelano, por exemplo, certamente passa por questões que podem violar os seus direitos quando migra para outro local, mas ele está mais protegido do que a mulher, que pode ser violentada inclusive no percurso da sua viagem para sua vinda ao Brasil”, afirma Jéssica. Ela complementa dizendo que, antes mesmo do surgimento do Propaga, já tinha atendido o caso de uma haitiana que chegou grávida no Brasil sem saber como a gravidez havia acontecido. “Foi a partir desse caso e das vivências que eu tive que começamos a idealizar uma proposta que tivesse um olhar atento a essas pessoas”, completa. Bianca Moraes dos Santos Rosa, fundadora e presidente do projeto, acredita que a conscientização sobre os direitos das mulheres no Brasil pode ser muito benéfica para o combate à violência. “Conhecimento é poder. É algo que ninguém vai te tirar. Quando você mostra para uma mulher migrante que ela tem direitos, você garante que ela não fique mais tão vulnerável”, afirma.
Neste sábado (9), acontece o encontro da primeira turma deste ano do curso Flor(ir), voltado à integração de mulheres migrantes de Porto Alegre. O curso é promovido pelo Propaga Migrações, grupo voluntário criado em 2022, dedicado à capacitação e orientação para mulheres migrantes e refugiadas. A aula, aberta ao público feminino, vai acontecer das 9h às 12h30, na Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ). No total, o curso terá a duração de seis sábados intercalados, ocorrendo até maio.

O objetivo da ONG é ofertar cursos voltados à instrumentalização de mulheres migrantes, com ferramentas que a legislação brasileira oferece para assegurar seus direitos à saúde, assistência social e mercado de trabalho.

O Propaga foi idealizado por duas estudantes de Relações Internacionais, a partir de um projeto de extensão da faculdade de assistência à população migrante. Durante o projeto, elas perceberam que havia muita dificuldade, por parte das migrantes, em acessá-las para tirar dúvidas em relação à documentação, e notaram o quanto isso impactava no desenvolvimento dessas mulheres em Porto Alegre. Decidiram, então, criar um curso informativo para que as mulheres migrantes pudessem viver com dignidade no Brasil.

Uma das idealizadoras, Jéssica Rech, conta que o Propaga, diferente de outros grupos voluntários, tem o seu foco na perspectiva de gênero. “A violência contra a mulher se acentua quando existe essa mudança de localização. Um homem haitiano ou venezuelano, por exemplo, certamente passa por questões que podem violar os seus direitos quando migra para outro local, mas ele está mais protegido do que a mulher, que pode ser violentada inclusive no percurso da sua viagem para sua vinda ao Brasil”, afirma Jéssica. Ela complementa dizendo que, antes mesmo do surgimento do Propaga, já tinha atendido o caso de uma haitiana que chegou grávida no Brasil sem saber como a gravidez havia acontecido. “Foi a partir desse caso e das vivências que eu tive que começamos a idealizar uma proposta que tivesse um olhar atento a essas pessoas”, completa.

Bianca Moraes dos Santos Rosa, fundadora e presidente do projeto, acredita que a conscientização sobre os direitos das mulheres no Brasil pode ser muito benéfica para o combate à violência. “Conhecimento é poder. É algo que ninguém vai te tirar. Quando você mostra para uma mulher migrante que ela tem direitos, você garante que ela não fique mais tão vulnerável”, afirma.

Flor(ir)

No sábado (9), a turma contará com a presença de 15 alunas venezuelanas, 17 crianças e 21 voluntárias. Uma sala será dedicada para as mães e outra para os filhos. “A gente entende que muitas vezes essas mulheres não têm uma rede de apoio que possa ficar com a criança, então disponibilizamos uma equipe completa para fazer atividades de desenvolvimento com os filhos das alunas”, diz Bianca Rosa.

A presidente do Propaga comenta sobre um dos casos em que o Flor(ir) foi essencial na vida de uma das alunas: “Nós prestamos apoio a uma migrante que, através da aula sobre mercado de trabalho, entendeu que estava sofrendo assédio moral. Nós conseguimos ajudá-la e ela conseguiu deixar o trabalho com todos os direitos garantidos. Foi através da palestra com a nossa advogada que ela conseguiu entender a situação pela qual estava passando.”

Além de receberem o auxílio da equipe na garantia do bem-estar das crianças durante as aulas, no encerramento do curso, há uma cerimônia de formatura para celebrar a participação das mulheres, com a entrega de certificado. Essa iniciativa contribui com o enriquecimento do currículo das alunas.

“Sou muito grata por esse curso maravilhoso que traz conhecimentos importantes para nós. Me ajudou muito. Estou muito feliz por ter recebido um certificado que, mais pra frente, me ajudará a conseguir um trabalho”, comemora Yaritza Del Valle Idrogo Gómez, venezuelana que mora há 5 anos no Brasil.

“O curso é muito bom, me encanta”, diz Leosney Alejandra Lanza Rivas, originária da Venezuela e residente no Brasil há 2 anos, em seu espanhol nativo. “São pessoas agradáveis que nos ajudam e nos protegem porque há algumas informações que nós não sabemos. Eu gostaria muito de continuar participando, ainda mais sabendo que eu posso levar a minha filha junto”, completa.

Tanto para Jéssica, quanto para Bianca - amigas e idealizadoras da ONG -, ver a proporção que o projeto tem adquirido é gratificante. Segundo elas, a receptividade das alunas à ideia do projeto, através de depoimentos que demonstram essa satisfação, dá a sensação de que cumprem o seu dever de orientar e empoderar mulheres imigrantes no Brasil, mais especificamente, em Porto Alegre.

Cronograma

Na primeira aula (09) será realizada a apresentação do curso e o cadastramento das alunas. A fim de tornar a comunicação mais acessível, tradutoras de espanhol participarão do evento.

Durante as aulas desta edição, os tópicos temáticos serão saúde, jurídico, social e educação. Com exceção do primeiro encontro, todas as aulas contarão com oficina de bordado.

No dia 23 de março, o tema abordado será Saúde da Mulher; no dia 13 de abril, Programas Sociais; e na quarta aula, do dia 27 de abril, a pauta será Acesso à Educação.

O tema da penúltima aula, que acontecerá no dia 11 de maio, será Direito trabalhista. Por fim, Direito da Mulher será o tema da aula de encerramento, no dia 25 de maio.

Mulheres migrantes que não puderem participar da primeira turma que se inicia no sábado, poderão participar das próximas edições, entrando em contato com as fundadoras.

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