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Publicada em 28 de Fevereiro de 2024 às 13:47

Quadras de areia da Orla do Guaíba estão interditadas por contaminação de vermes

Cartazes espalhados pelas quadras avisam sobre a interdição do espaço

Cartazes espalhados pelas quadras avisam sobre a interdição do espaço

TÂNIA MEINERZ/JC
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Arthur Reckziegel
Arthur Reckziegel
As quadras de areia, as três pracinhas com brinquedos e espaços para crianças do trecho 3 da Orla do Guaíba, em Porto Alegre, estão interditadas por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pela prefeitura após coleta e testes laboratoriais parasitológicos apontarem um nível acima do seguro nas áreas de lazer decorrentes da inundação pela água do Guaíba no final de setembro. Desde então, aqueles que gostam de utilizar o espaço estão impossibilitados de fazê-lo. 
O trecho 3 da Orla conta com 16 quadras de areia, compostas por uma de futebol e 15 de vôlei, futevôlei e beach tennis. De acordo com a análise laboratorial da areia coletada pela equipe de profissionais da Unisinos, foram detectadas a presença de larva de Strongyloides stercoralis e amostras de ovos de Taenia sp.
A bióloga e doutoranda do programa de pós graduação em Genética e Biologia Molecular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Marina Ziliotto, afirma que o Strongyloides stercoralis é o causador da estrongiloidíase, doença que traz sintomas relacionados ao intestino como dores abdominais e diarreia. Além da possibilidade de desencadear problemas respiratórios. 
TÂNIA MEINERZ/JC
Ainda segundo a especialista, a cisticercose, doença proveniente dos ovos de Taenia sp, infecta o ser humano a partir da ingestão. "Essa ingestão pode acontecer facilmente quando colocamos a mão em uma superfície contaminada e colocamos na boca ou em um alimento. Os sintomas da doença variam de acordo com o local no qual o parasita esteja alojado. Podendo variar de dores intestinas a problemas neurológicos caso o alojamento seja no cérebro", descreve.
"Fizemos uma vistoria logo após a enchente, na qual verificamos que a areia ainda estava muito molhada. Por conta disso, solicitamos uma amostra já imaginando que pudesse haver alguma irregularidade. O resultado do teste chegou 40 dias depois da solicitação", diz a secretária municipal de Esporte Lazer e Juventude, Débora Rios Garcia. 
Segundo a secretária, na semana passada a Unisinos voltou ao local para fazer segunda coleta e a prefeitura está aguardando o resultado da nova avaliação para estabelecer qual atitude será tomada na sequência. A principal opção é a troca de toda areia, já que a utilização de produtos químicos é prejudicial ao meio ambiente. Até o momento da decisão, as quadras seguirão interditadas. 
Solange Johann conta que pratica o beach tennis há dois anos e costumava ir até a Orla jogar quase todos os dias da semana. "Uma pena que não possamos jogar ali com aquele pôr do sol maravilhoso. A solução que encontrei para não ficar parada foi jogar em quadras fechadas, porém a experiência não é a mesma", afirma a optometrista que espera que até março possa voltar a utilizar as quadras da Orla do Guaíba. 
 
 
 

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