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Publicada em 15 de Fevereiro de 2024 às 13:59

Fechada desde 2017, Usina do Gasômetro terá reabertura gradual

Parte interna da Usina do Gasômetro, fechada para o público desde 2017

Parte interna da Usina do Gasômetro, fechada para o público desde 2017

TÂNIA MEINERZ/JC
Parte interna da Usina do Gasômetro, fechada para o público desde 2017

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Parte interna da Usina do Gasômetro, fechada para o público desde 2017

Parte interna da Usina do Gasômetro, fechada para o público desde 2017

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Maria Welter
Maria Welter Repórter
Após pouco mais de seis anos de portas fechadas, a Usina do Gasômetro deve ser reaberta ao público em abril deste ano. A revitalização, iniciada em 2020, está em fase final e, nesta quinta-feira (15), foi aberta consulta pública quanto ao uso do espaço, que será de gestão compartilhada entre o poder público e a iniciativa privada. Com o término das obras, poderão circular 2,5 mil pessoas por vez no local.
Após pouco mais de seis anos de portas fechadas, a Usina do Gasômetro deve ser reaberta ao público em abril deste ano. A revitalização, iniciada em 2020, está em fase final e, nesta quinta-feira (15), foi aberta consulta pública quanto ao uso do espaço, que será de gestão compartilhada entre o poder público e a iniciativa privada. Com o término das obras, poderão circular 2,5 mil pessoas por vez no local.
A reforma entra na parte de finalização, sendo que a fachada já está quase concluída e a as paredes internas passam pela pintura. As escadas em estilo industrial foram preservadas e já podem ser utilizadas para transitar entre os andares. Acima da nave, parte central da antiga usina e com pé direito alto, foi feita a troca do zenital (espécie de clarabóia) antigo por um vidro translúcido de 10mm, que permite a entrada de iluminação natural.
“Tivemos que fazer algumas adaptações para a nova usabilidade que imaginamos para a Usina, como um espaço moderno. O projeto estava muito voltado a refazer a reforma anterior, e nós buscamos novos arranjos para fazer com que essa qualificação se projetasse para um uso futuro. Não adianta pensarmos no que deveria ter sido a usina em 1990, temos que saber o que vai ser feito na usina a partir de 2024”, defende o secretário de Obras e Infraestrutura, André Flores.
Entre as mudanças em relação aos projetos anteriores, o secretário de Obras cita o sistema de climatização, que será feito por um ar-condicionado central nos ambientes do térreo e do terceiro andar. Outra inovação apontada por Flores é o piso do Teatro Elis Regina, que terá madeira de reflorestamento e tecnologia que evita barulho ao andar.
Desde que a usina foi desativada, o espaço foi destinado para o uso cultural. A predominância de atividades culturais irá permanecer após a reinauguração, sendo que o projeto prevê 13 espaços destinados para esse fim, além de cinco espaços de permanência e quatro para serviços.
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Fachada da Usina do Gasômetro passa pelos últimos reparos. Foto: Tânia Meinerz/JC
“A régua sobe, o prédio tem a maior intervenção da história dele, desde que foi reaberto. Ele tem, de fato, a reabertura do Teatro Elis Regina, que foi feito o projeto e nunca foi reaberto. Ele tem uma concepção diferenciada agora, com espaços mais democráticos e de livre acesso”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa, Henry Ventura. O secretário adianta que o calendário de eventos culturais tradicionais de Porto Alegre também será incorporado à Usina do Gasômetro, como a Bienal do Mercosul, o Porto Alegre em Cena e a Noite dos Museus.
O modelo escolhido para gerir a construção histórica prevê uma gestão compartilhada, na qual o poder público terá um parceiro privado para fazer a gestão do espaço. O prazo da parceria é de 20 anos e a área prevista para a parceria é de 4.831 metros quadrados, que engloba o prédio da usina e parte da área no entorno, já que o Largo Elis Regina e o deck estão concedidos à GAM3.
“Agora, o desafio é achar uma forma que todo mundo possa usar durante muito tempo, que não tenha mais problema de conservação, que não tenha que fechar o Gasômetro daqui um ano, daqui a dois anos, porque ele sofreu algum tipo de ataque por uso indevido”, afirma a secretária de Parcerias, Ana Maria Pellini.
A prefeitura prevê que o parceiro faça o investimento total de R$ 13,4 milhões e que terá o custo operacional de R$ 4,9 milhões por ano. O município fará o aporte de R$ 8 milhões e a contraprestação anual máxima para a prefeitura está prevista em R$ 3,9 milhões por ano. Caso não seja encontrado um único interessado pela gestão do espaço, a prefeitura pode optar por dividir a administração de cada uma das atividades.
Ainda que a reforma estrutural fique pronta em abril, conforme previsto pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), o funcionamento total do teatro, do cinema e de outros estabelecimentos comerciais será gradual, e não imediato. A consulta pública para o uso do local estará aberta por 30 dias no site da Secretaria Municipal de Parcerias. Depois, o projeto será enviado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), que tem o prazo de 90 dias para dar resposta. A prefeitura espera que o lançamento do edital para definir o parceiro seja feito ainda em 2024.
O parceiro terá uma série de obrigações a cumprir, por exemplo, a implantação de sistema de monitoramento e mobiliário em todo o edifício, assim como a recuperação ou substituição dos equipamentos do Teatro Elis Regina, instalação de elementos essenciais para o funcionamento do cinema e implantação de elementos para exposições culturais. Será feita uma avaliação trimestral do desempenho do parceiro por um verificador independente, combinada com a pesquisa de satisfação do usuário. Serão avaliados itens como limpeza, qualidade do serviço e tecnologia.
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Prefeito Sebastião Melo (MDB) durante vistoria nas obras da Usina do Gasômetro. Foto: Tânia Meinerz/JC
“Nós estamos fazendo esse lançamento, mas começaremos a utilizar publicamente esse espaço a partir do momento que ele tiver o acabamento das obras. Ou seja, não esperem 25 meses, não esperem 10 meses, não esperem cinco meses, a população não aceitaria isso”, destaca o prefeito Sebastião Melo. O espaço poderá ser utilizado para a realização de eventos temporários, a utilização de banheiros e para a visitação assim que as obras forem finalizadas.
O prédio histórico da Usina do Gasômetro foi inaugurado em 11 de novembro de 1928 pela Companhia de Energia Elétrica Rio-Grandense (CEERG), subsidiária da multinacional estadunidense Eletric, Bond & Share Co., para gerar energia elétrica à base de carvão mineral para a capital gaúcha. A usina foi desativada em 1974 e a intenção do governo era demolir o prédio para fazer a extensão da Avenida Perimetral. Por iniciativa de entidades civis, o espaço foi conservado e o uso do terreno foi cedido ao município em 1982 pela Eletrobrás.
A edificação foi tombada pelo município em 1982 e pelo Estado em 1983. O uso cultural do espaço começou em 1991, após reforma feita pela prefeitura. Em 2017, a Usina do Gasômetro foi fechada para o público. Em 2019, foi feita a contratação do projeto de requalificação, com obras iniciadas em 2020 e o prazo para término foi adiado diversas vezes.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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