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Publicada em 14 de Fevereiro de 2024 às 17:45

Ufrgs tem prejuízos em pelo menos 20 unidades após apagão de 30 horas

Os prejuízos aconteceram em pelo menos 20 unidades de pesquisa

Os prejuízos aconteceram em pelo menos 20 unidades de pesquisa

TÂNIA MEINERZ/JC
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Thiago Müller
Thiago Müller
O Campus do Vale, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), sofreu um apagão na segunda-feira (12), por volta das 14h. A luz retornou apenas às 19h de terça-feira, após quase 30 horas, e causou estragos às pesquisas em pelo menos 20 unidades da universidade. A queda de energia foi causada por conta de uma ruptura de cabos na subestação Porto Alegre 6, administrada pela CPFL Energia. A informação foi confirmada pela empresa. Nesta quarta-feira (14), o local enfrentou outra queda de luz, às 16h, enquanto pesquisadores e funcionários ainda contabilizavam os danos.
O Campus do Vale, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), sofreu um apagão na segunda-feira (12), por volta das 14h. A luz retornou apenas às 19h de terça-feira, após quase 30 horas, e causou estragos às pesquisas em pelo menos 20 unidades da universidade. A queda de energia foi causada por conta de uma ruptura de cabos na subestação Porto Alegre 6, administrada pela CPFL Energia. A informação foi confirmada pela empresa. Nesta quarta-feira (14), o local enfrentou outra queda de luz, às 16h, enquanto pesquisadores e funcionários ainda contabilizavam os danos.
O vice-diretor da Faculdade de Agronomia, atingida pelo apagão no Campus, Paulo Vitor Dutra de Souza, afirmou que, no momento, a energia está restabelecida. Ele reportou perdas em 20 unidades da universidade, entre plantas, animais e equipamentos. Segundo ele, como nem todos lugares possuem geradores, foi reconstituído, com ajuda da equipe técnica da universidade e da CEEE Equatorial, uma subestação antiga, para atendimento de energia de forma provisória.
Mesmo que a energia já tenha retornado, Paulo explica que é uma preocupação que essa estrutura não consiga suprir toda a demanda energética das unidades, "nós já voltamos a ficar sem energia elétrica, provavelmente porque a subestação que foi religada não tem capacidade para atender toda a demanda energética do Campus do Vale da Ufrgs inteiro", explicou o vice-presidente da faculdade. 

Danos

Os danos ainda estão sendo contabilizados por todas as unidades. Porém, segundo ele, vários projetos de pesquisa foram prejudicados. Segundo o vice-diretor, os setores mais atingidos foram os de Horticultura e o de Zootecnia.
Várias plantas morreram no setor na horticultura, devido ao calor e falta d'água, uma vez que o sistema de irrigação é elétrico. O setor de zootecnia comunicou que várias aves e peixes morreram por conta do calor excessivo, já que a falta de energia impediu o funcionamento de ar-condicionado.
No setor de horticultura e silvicultura, como explica Tatiana Duarte, professora e pesquisadora na área, a perda estimada foi de cerca de 800 plantas em dois experimentos dos quais Tatiana faz parte. Segundo ela, o valor monetário não é tão alto, somando R$ 1,2 mil. “É um valor baixo. Porém, hoje em dia quem paga parte desse valor é o próprio estudante de doutorado”, que realiza um dos estudos. Ainda vão ser contabilizados outros experimentos do setor.
Soma-se ao isso o investimento de tempo: este trabalho em questão devia ocorrer no período de verão. Tendo que repetir o plantio, o período abrangerá também o outono, que foge ao objetivo do estudo, relata Tatiana.
Já Inês Andretta, professora da Ufrgs e pesquisadora do setor de zootecnia, explica que eles trabalham na área da pesquisa de frangos de corte, suínos e cães. Conforme ela conta, os frangos “estavam em uma idade que eles ficam bastante sensíveis ao calor”. A queda de energia resultou no óbito cerca de 100 aves. E mesmo os animais que não morreram sofreram danos de saúde que, para muitos, foi de forma irreversível, segundo Inês.
A professora relata que houve perdas materiais de amostras e kits de análises que deviam ser refrigeradas. Apenas os kits totalizaram, estima Inês, R$ 200 mil, enquanto todo o material de aves juntamente com o necessário para experimentos pode estar entre R$ 100 mil a R$ 200 mil.
Ela explica que o prejuízo extrapola o número de animais afetados. “É animal, ração, o tempo das pessoas, análise que a gente acaba perdendo porque não dá pra correlacionar com o resto do estudo”, explica. Agora, grande parte dos experimentos deve começar do zero.
Paulo reitera que ainda serão encontradas novas perdas. "Nós temos praticamente outras 20 unidades que sofreram algum dano. Ainda estamos contabilizando, porque agora o pessoal está ligando equipamentos nos laboratórios e já se percebeu que têm equipamentos que sofreram avarias por conta da instabilidade de energia", explica.
Segundo informações da CPFL Energia, a ruptura aconteceu durante obras de escavações para expandir a subestação, o que acidentalmente rompeu os cabos, causando interrupção do fornecimento de energia para uma das linhas de transmissão da CEEE Equatorial.
Confira a nota da CPFL Energia na íntegra:
"A CPFL informa que, durante escavações para a obra de expansão da subestação Porto Alegre 6, houve a ruptura acidental de cabos, o que ocasionou a interrupção no fornecimento de energia para uma das linhas de transmissão da rede da distribuidora CEEE Equatorial".
 

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