A ponte de concreto Anita Garibaldi, que faz a divisa entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul e liga Passo de Torres (SC) a Torres (RS), está preocupando moradores e autoridades dos dois municípios, embora, segundo a prefeitura de Passo de Torres, responsável pela estrutura, não exista 'risco de queda iminente'. A possibilidade de rompimento, no entanto, fez com que, em maio de 2023, o Ministério Público da cidade gaúcha solicitasse uma perícia.
Por meio de nota, a prefeitura de Passo de Torres afirma ter um laudo técnico assinado pelo engenheiro civil Estevam Ricardo e pelo engenheiro mecânico Adilson José Marcos, constatando, que, “embora apresente danos aparentes, a estrutura da ponte não representa risco de queda iminente”. O texto diz também que “as condições gerais da ponte são satisfatórias, indicando a presença de impactos mínimos e recuperáveis. Esses impactos mínimos referem-se a pequenas perdas de desempenho e funcionalidade, principalmente relacionadas à estética”.
Embora, durante os trabalhos de inspeção, os profissionais tenham identificado sinais de oxidação, corrosão e ferrugem nas vigas metálicas, eles concluíram que “a perda de massa e espessura, dentro dos parâmetros encontrados (650 a 1500 g/m² e 80 a 200 micras, respectivamente) não compromete de imediato a integridade da estrutura”. Apesar disso, a passagem de veículos com peso superior a 10 toneladas está proibida.
Em comunicado à imprensa, a prefeitura de Torres declara que vem acompanhando o tema, juntamente com o Ministério Público. A administração pública comunica, ainda, que encaminhou ofício a Passo de Torres em 2022 requerendo documentos pertinentes ao caso. “O assunto ainda foi tema de reunião entre os prefeitos de Torres, Carlos Souza, e o de Passo de Torres, Valmir Augusto Rodrigues. No encontro, questões pontuais foram abordadas. A preocupação maior é quanto ao acesso de caminhões sobre a ponte, o que resulta em sobrecarga comprometedora”.
O município do lado do RS ressaltou também que “o responsável pelo projeto, licenças e execução da construção da ponte é a prefeitura do Passo de Torres, e na época da construção da mesma cabia à Prefeitura de Torres a pavimentação da rota viária do lado gaúcho bem como a manutenção, o qual é feita até os dias atuais”.