Quem caminha pelas ruas de Porto Alegre no verão não resiste: é comum ver pessoas pegando o celular para registrar a beleza das árvores de flores rosas espalhadas pela cidade. Mas você sabia que a origem delas é bem distante do Rio Grande do Sul?
Diogo Del Ré, engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (Smamus), diz que o nome da espécie exótica é Extremosa (Lagerstroemia indica L). E ela foi trazida da Ásia, de países como China e Índia.
Segundo o engenheiro, os frutos da Extremosa não são consumidos pelas aves, mas elas cumprem o papel de abrigo para a fauna. Além, claro, de embelezar a Capital. A floração, que se intensifica entre janeiro e fevereiro, pode ser rosa, vermelha, lilás ou branca.
Ao conhecer a história, fica a dúvida de como uma árvore da Ásia veio parar no Brasil. Pois a coordenadora de arborização urbana de Porto Alegre, Verônica Riffel, ensina. “Antigamente, pelos anos 1930, o que se conhecia em arborização foi importado de outros países. Então, se trouxe muitas espécies de fora e se disseminou pelas cidades do Brasil. A partir da década de 1990 percebe-se uma tendência ao uso de plantas nativas regionais”, destaca.
Embora essas plantas importadas encantem os porto-alegrenses, Verônica ressalta a importância das espécies locais. “Hoje, entende-se que as espécies nativas são mais adaptadas e resilientes ao nosso clima, trazendo inclusive mais benefícios à nossa fauna, por exemplo. A arborização é parte constitutiva da identidade de Porto Alegre e todas as espécies possuem sua importância e vão registrando os costumes de cada época, representando a evolução de nossa cidade.”
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