Mais de 36 horas após o temporal que atingiu a cidade a partir da noite de terça-feira (16), Porto Alegre ainda sofre com resquícios de destruição deixados em diversos pontos. Equipes da prefeitura trabalham para a remoção das árvores e restabelecimento dos serviços.
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No bairro Bom Fim, a situação na manhã desta quinta-feira (18) ainda era bastante caótica. Árvores caídas no meio da rua interrompiam o trânsito. Moradores e comerciantes sofreram com diversas perdas devidos a falta de serviços de luz e água, que ainda não haviam retornado até o final da manhã.
Residentes do bairro há mais de 40 anos afirmam nunca terem passado por algo tão impactante. É o caso de Dalgiso Centeno, dono de uma banca. O comerciante conta que a situação está bem complicada. "Essa é minha única fonte de renda e não estou conseguindo trabalhar. O teto da minha banca foi rasgado no meio. Até o momento não estamos conseguindo contato com nenhum órgão público. Pelo menos o pior já passou", avalia.
A aposentada e moradora do Bom Fim Sônia Falk está sem luz desde a noite de terça-feira (16) e está se desdobrando para conseguir carregar seu celular e as luzes de emergência. "Estou indo para a casa de um vizinho que está com luz. Em casa, todos os alimentos que estavam na geladeira foram perdidos. O pior é não ter uma previsão de quando a luz retorna. Tentei contato com a CEEE mas não fui atendida", diz Sônia.
A solução é encontrar algum estabelecimento com luz nas redondezas para carregar seus aparelhos. É o caso do Mercado Brasco, um dos pouquíssimos locais na região que manteve os serviços funcionado plenamente. Segundo o proprietário Gabriel Drumond, muitos clientes utilizaram as instalações para manterem seus celulares minimamente carregados. "Estamos tentando ajudar da melhor forma que conseguimos", afirma.
Transtornos no trânsito
Além disso, em diversos pontos da cidade as sinaleiras não estão funcionando, resultando em transtornos no trânsito. Buzinas, sinais de luz e gritos são as alternativas que os motoristas estão utilizando para se entenderem. Entre a Avenida Teresópolis e Rua Belém, o acúmulo de carros era grande no final da manhã e o cruzamento de veículos se tornava extremamente perigoso. Entre a Avenida Cavalhada e Campos Velho, a situação se repetia. Nessas duas situações, uma coisa em comum: nenhum agente da EPTC foi visto nas proximidades para auxiliar na organização do trânsito.
Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), desde quarta-feira (17) estão trabalhando com força total de 400 servidores em quatro turnos, entre agentes de fiscalização de trânsito e transporte, equipes de manutenção elétrica, de atendimento ao cidadão pelo fone 118 e na central de controle e monitoramento da mobilidade.