O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) afirma que está planejando alternativas para evitar o desabastecimento de água em caso de falta de luz. A decisão acontece após a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) afirmar que a CEEE Equatorial não tem obrigação contratual de instalar geradores de energia nas estações de bombeamento de água do Dmae.
O órgão informou que planeja investir em um sistema de dupla alimentação de energia para bombeamento de água.
O Departamento havia pedido para que a CEEE Equatorial instalasse geradores. Assim, o fornecimento do DMAE não seria desassistido em caso de queda de energia elétrica, informa o Diretor-Geral do Dmae, Maurício Loss, após reunião com a empresa nesta sexta-feira (5).
Loss explica que esse sistema de dupla alimentação serve para, caso ocorra queda de energia na linha principal, "entre em operação uma linha secundária, que vem de uma outra direção, para continuar o abastecimento".
O diretor-geral conta essas alternativas estão sendo pensadas porque não é viável comprar geradores. "Seria muito custoso para o departamento, e esse custo, inevitavelmente, no futuro, teria que ser repassado para o consumidor, o que a gente não quer", complementa.
Ele conta que o Dmae enfrenta um histórico de danos durante a falta de luz, o que, consequentemente, deixa a população desassistida. Enquanto o problema não é resolvido de forma definitiva, nos próximos quinze dias, o departamento instalará geradores, de forma alugada, no sistema Belém Novo, pelo período de seis meses. Medida é para evitar desabastecimento, principalmente em dias de intenso calor. O custo será de R$ 2,1 milhões de reais sem contar o abastecimento de óleo diesel, necessários ao funcionamento.
Os geradores ficarão na estação de bombeamento de água bruta, onde é captado a água, antes do tratamento, diretamente no Rio-Guaíba. Além desse, também será instalado na estação de tratamento de água, também no Belém Novo. A escolha do local foi, segundo ele, por uma recorrência muito maior de episódios de desabastecimento nessa região. Além disso, ela tem duas divisões de abastecimento, uma que vai para o bairro Boa Vista e outra para Restinga, que já chegaram a ter falta de água por consumo elevado em dias de extremo calor.
Para esse conjunto foram necessários seis geradores e três transformadores elevadores de tensão. Explica ele que "o Dmae trabalha com equipamentos muito grandes, muito potentes, muito pesados", e isso demandaria "o triplo ou o quádruplo" dos geradores para replicar a ação para estações que demandam equipamentos mais potentes.
O Dmae conta no momento com 6 Estações de tratamento e 87 Estações de bombeamento de água tratada, mais 23 estações de bombeamento de águas pluviais. Assim, Loss considera como inviável tecnicamente e economicamente, a disponibilização permanente de geradores, e essa oneração poderia chegar ao consumidor. "Esses geradores entrariam em operação uma duas ou três vezes ao ano, então a gente precisaria ter certeza de que quando precisar colocar eles em operação, eles de fato vão funcionar, então o contrato de manutenção também teria que ser um contrato bem robusto", complementa.
Procurada pelo Jornal do Comércio, a Agergs informou que terá uma nova reunião com o Dmae na segunda-feira (08) e vai se manifestar sobre as decisões no dia posterior.