A incidência de atropelamentos de anfíbios terrestres diminuiu em 80% na Reserva Biológica Mata Paludosa, em Itati, na ERS-486, conhecida como Rota do Sol, após a implantação de medidas de proteção à fauna pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).
A incidência de atropelamentos de anfíbios terrestres diminuiu em 80% na Reserva Biológica Mata Paludosa, em Itati, na ERS-486, conhecida como Rota do Sol, após a
implantação de medidas de proteção à fauna pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).
O dado é referente a monitoramento realizado desde 2017 pelo órgão, e foi apresentado pelo departamento na quinta-feira (14), em um seminário na sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em Porto Alegre. As informações são da assessoria de imprensa do Daer.
Segundo o órgão, o sistema de travessias utilizado para proteção dos animais, com passagens aéreas, inferiores e cercas direcionadoras é inédito no Brasil, pois não havia referências anteriores para a o desenvolvimento da medida. Algumas espécies protegidas só existem neste local no Sul do Brasil e estão ameaçadas de extinção. É o caso da perereca-macaca (Phyllomedusa distincta), perereca-castanhola (Itapotihyla langsdorffii) e perereca-risadinha (Scinax rizibilis).
Junto com a implantação do sistema de proteção, o órgão também apresentou um estudo de monitoramento e identificação de trechos críticos da rodovia, com o objetivo de coleta de dados para documentar a dinâmica das populações da fauna, bem como os impactos das atividades humanas e mudanças ambientais em suas populações e habitats. Foram analisados os comportamentos de espécies como onça-parda, gato-do-mato, javali e vários tipos de pássaros.
O procedimento para evitar o impacto do tráfego sobre a fauna na Rota do Sol começou entre 2017 e 2018, com a realização da primeira etapa de monitoramento. Entre 2020 e 2021, foram construídas seis passagens terrestres e cinco aéreas para permitir o deslocamento dos animais, com localização baseada no monitoramento anterior. As aéreas ainda dependem do crescimento da vegetação, mas as terrestres apresentaram resultados animadores para os planejadores. Cercas foram colocadas nos acostamentos, direcionando os animais para pontilhões existentes no local, evitando os atropelamentos de pequenos e médios mamíferos e algumas espécies de répteis e anfíbios. Entre 2022 e 2023 foi finalizada a terceira etapa, com a obtenção dos resultados.
A realização dos serviços é responsabilidade da Superintendência de Meio Ambiente do Daer.