Brasil está prestes a recuperar certificado de eliminação do sarampo

A afirmação foi feita pelo diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa

Por Agência Brasil

Porto Alegre, RS 14/10/2023. A Campanha Nacional de Multivacinação começou neste sábado, 14, para incentivar que pais e responsáveis atualizem a carteira vacinal de crianças e adolescentes até 15 anos. Em Porto Alegre, a prefeitura organizou programação especial em oito espaços. Aproveitando o Dia das Crianças, ocorrem atividades infantis e a participação do Zé Gotinha. Na foto as atividades na unidade de saúde Rubem Berta. Foto: Cristine Rochol/PMPA
O Brasil deve recuperar, nos próximos meses, seu certificado de eliminação do sarampo. A afirmação foi feita pelo diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, durante seminário sobre vacinação na Academia Nacional de Medicina, realizado neste sábado (9), no Rio de Janeiro.

O país recebeu certificado de eliminação do sarampo em 2016 da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas acabou perdendo em 2019, devido a um surto da doença. Uma comissão da Opas verificou recentemente que a Venezuela interrompeu a transmissão da doença, faltando apenas o Brasil para que o continente possa novamente ser considerada região livre do sarampo.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, que também participou do seminário, afirmou que, desde 2016, o Brasil enfrenta o fenômeno da hesitação vacinal, com campanhas de desinformação que fazem com que a população deixe de buscar a imunização e a cobertura vacinal caia. Segundo ela, no entanto, dados mostram que a cobertura vacinal no país voltou a aumentar este ano.

Para Jarbas Barbosa, os governos dos diversos países precisam monitorar, todos os dias, e desmistificar boatos que surgem contra as vacinas nas redes sociais. Além de combater as notícias falsas, ele acredita que é preciso adotar outras medidas para ampliar o alcance da vacinação, como sensibilizar os profissionais de saúde, monitorar as coberturas vacinais e ampliar a oferta em alguns lugares.

O diretor cita, por exemplo, a dificuldade de vacinar crianças em áreas violentas das grandes cidades. Ele destaca que é preciso ampliar o horário de atendimento em postos de vacinação, de modo que fique mais fácil para os trabalhadores levar os filhos para serem imunizados. Assim é possível evitar áreas de pouca imunização.