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Publicada em 12 de Dezembro de 2023 às 16:39

Schwartsman afirma que alcoolismo precisa ser tratado como doença

Gilberto Schwartsmann, com a presidente da ACPA, Suzana Vellinho Englert, participou do último Menu POA de 2023

Gilberto Schwartsmann, com a presidente da ACPA, Suzana Vellinho Englert, participou do último Menu POA de 2023

João Mattos/ACPA/Divulgação/JC
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Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
A sociedade gaúcha precisa tratar o álcool como doença. É isso que defende o médico oncologista Gilberto Schwartsmann, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) que nesta terça-feira (12) participou do Menu POA da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) com o tema "Saúde e Destino". Para o médico, não é aceitável que o alcoolismo esteja relacionado com 13% a 14% da mortalidade no Rio Grande do Sul.
Para Schwartsmann, o álcool é confundido como um "hábito social" e o contato dos jovens com a bebida no Rio Grande do Sul começa aos 12 ou 13 anos. "Existe uma negação do alcoolismo na nossa sociedade. Temos que tratar o álcool como uma doença que causa sérios problemas para as famílias", destaca.
Segundo o professor da Faculdade de Medicina da Ufrgs, infelizmente, nos acidentes de trânsito é muito alta a chance de ter um jovem que tomou mais de quatro ou cinco doses de uma bebida. "Quem são os doadores de órgãos no Rio Grande do Sul: são jovens que estão morrendo em razão de acidentes de trânsito", lamenta. Já o uso das drogas (maconha, cocaína e crack) é responsável por 3% a 4% das mortes no RS. 
No Estado, segundo médico oncologista, a terceira causa de morte está ligada a fatores externos como brigas violentas que tem o uso de álcool ou drogas. "A sociedade faz vista grossa, mas sabemos que as chacinas de gangues estão ligadas a jogo, tráfico e uso de drogas. Conforme Schwartsmann, o alcoolista muitas vezes é "invisibilizado", ou seja, há uma negação do álcool pela sociedade. "Se pegarmos metade das pessoas que fazem uso de bebida hoje e tratarmos temos uma chance de recuperação. Se eles forem levados para um centro de tratamento podemos atingir 50% de chance das pessoas pararem de beber", comenta.
O médico oncologista disse ainda que a utilização do álcool está associado também a doenças cardíacas e certos tipos de câncer. "Se eu controlar o álcool em uma população eu vou reduzir as mortes por causas externas, cardíacas e por câncer.
Além de médico oncologista, Schwartsmann é presidente da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Fospa), instituição vinculada à Secretaria da Cultura (Sedac). Apaixonado pelas artes, Schwartsmann é escritor, professor, colecionador de arte e pós-graduado pela Universidade de Londres e membro da Academia Nacional de Medicina. Escreveu sete livros, dois deles traduzidos para o espanhol e para o francês, uma peça teatral, montada em Porto Alegre e em São Paulo, além de várias crônicas e ensaios literários publicados em jornais. Ele também realizou curadorias de exposições literárias, como Cem Anos da Semana de 1922 e Caminhos de Proust. Ao lado da presidente da ACPA, Suzana Vellinho Englert, o médico oncologista participou do último Menu POA de 2023.

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