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Publicada em 07 de Dezembro de 2023 às 12:52

Por que há tantas caturritas atualmente em Porto Alegre?

Capital gaúcha tem menos predadores de caturritas do que o campo

Capital gaúcha tem menos predadores de caturritas do que o campo

Soraya Ribeiro/Smamus/Divulgação/JC
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Mauro Belo Schneider
Mauro Belo Schneider Editor-executivo
Os moradores mais antigos estranham a presença de tantas caturritas pelas ruas de Porto Alegre. Elas estão nos cruzamentos de avenidas movimentadas, como a Ipiranga, e em praças e parques nos quatros cantos da cidade.
Os moradores mais antigos estranham a presença de tantas caturritas pelas ruas de Porto Alegre. Elas estão nos cruzamentos de avenidas movimentadas, como a Ipiranga, e em praças e parques nos quatros cantos da cidade.
A capital gaúcha, até então conhecida por abrigar pardais e sabiás, agora virou residência para os pássaros verdes, que lembram papagaios. E não é por acaso.
Soraya Ribeiro, bióloga e chefe da equipe de fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (Smamus), tem a explicação. “As caturritas acharam na cidade um ambiente muito propício porque aqui elas têm locais altos para fazer ninho, como árvores e torres de celular. Os predadores não chegam, o que é diferente da natureza, onde elas podem fazer um ninho em uma mata e uma cobra ou um gavião ir lá e comer os filhotes ou os ovos. Então, elas proliferaram bastante na cidade devido a essa condição favorável”, ensina a profissional.
Soraya Ribeiro/Smamus/Divulgação/JC
A médica veterinária Gleide Marsicano, do grupo Voluntários da Fauna, também ressalta que Porto Alegre é uma cidade arborizada, o que atrai os animais. “Por ser rica em arborização, propicia uma fonte de alimentação farta”, sustenta, afirmando que as caturritas comem frutas, brotos e sementes encontradas em árvores ou arbustos.
Porto Alegre tem registradas 275 espécies de aves entre residentes e migratórias, principalmente na primavera e no verão, conforme a Smamus. Justamente por esse motivo, chama atenção a quantidade dos bichinhos pelas ruas.
“As pessoas estão percebendo mais aves agora porque estamos na época reprodutiva em que as espécies migratórias estão aqui. No outono e no inverno, elas ficam mais quietas, não têm essa função de reprodução”, compara Soraya.

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