O HPV está cada vez mais relacionado aos cânceres de cabeça e pescoço, que englobam os tumores na garganta, na base da língua e das amídalas, na região denominada orofaringe. O Hospital Moinhos de Vento, em parceria com o Ministério da Saúde, coordenou o projeto STOP-HPV para analisar a incidência do HPV oral nessas doenças, com a participação de 355 pessoas. Foi possível perceber que os infectados com o HPV oral têm 6,29 vezes mais chances de desenvolver câncer de cabeça e pescoço.
“Esse câncer, antigamente, estava associado ao uso de álcool e do cigarro, mas em vários países do mundo temos observado que ele está trocando a sua gênese. Ele passa cada vez mais a ser associado ao HPV, principalmente em pessoas mais jovens”, explica a médica epidemiologista do Hospital Moinhos de Vento Eliana Wendland.
Os cânceres de cabeça e pescoço são de difícil detecção, geralmente descobertos em um estágio avançado. Eliana lembra que eles causam uma grande mortalidade e dependem de cirurgias extensas e mutiladoras, deixando sequelas. “É importante que nossos filhos, netos, sobrinhos sejam vacinados para prevenir que lá no futuro eles tenham um câncer”, reforça a médica.
A realização de exames possibilita o diagnóstico precoce e aumenta as chances de cura. No caso do câncer de colo de útero, o rastreamento é feito pelo exame ginecológico Papanicolau, que identifica lesões e detecta células anormais. Quando as alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos.
“Desmistificar o tema é importante para a conscientização da população sobre um câncer que tem prevenção. Além disso, devemos ressaltar também a importância da realização de exames preventivos regularmente, que asseguram um diagnóstico precoce”, afirma Márcia Datz Abadi, diretora médica da MSD Brasil. Para prevenção do HPV, a vacinação ainda é a melhor forma de evitar o contato com vírus.