Fórum Internacional de Mudanças Climáticas debate o aumento da temperatura no mundo

Evento foi realizado no auditório do Ministério Público Estadual (MPE) nesta quarta

Por Gabriel Margonar

Fórum Internacional de Mudanças Climáticas da Economia de Baixo Carbono
Com o intuito de socializar o conhecimento sobre o meio ambiente, a Capital gaúcha recebeu, nesta quarta-feira (8), o 4º Fórum Internacional de Mudanças Climáticas da Economia de Baixo Carbono - Diálogo com a Bioeconomia. Promovido pelo Instituto Latino-Americano de Desenvolvimento Econômico Sustentável (Ilades), o evento, sediado no auditório do Ministério Público Estadual (MPE) contou com a participação de diversos pesquisadores da área, além de representantes políticos, abordando temas como mudanças climáticas, agricultura, energias renováveis, cidades de baixo carbono, entre outros.
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A Bióloga e jornalista Jaqueline Sordi, doutora em Comunicação pela UFRGS e especialista em Sustentabilidade pela Universidade da Califórnia (UCLA), aproveitou seu momento de fala para suscitar o debate quanto ao aumento da temperatura global. De acordo com dados da Climate Central, a média do Planeta Terra subiu 1,32°C entre novembro de 2022 e outubro de 2023, representando um acréscimo de cerca de 7,7%.
Reafirmando a influência humana nas mudanças climáticas, Sordi também ressaltou que 5,8 bilhões de pessoas (próximo a 73% da população mundial) vivenciaram por mais de um mês a influência direta do aquecimento global durante este ano, número que vem aumentando progressivamente. Ela afirma que só será possível acreditar numa mudança se a sociedade se mobilizar.
“A temperatura global subiu mais rápido desde 1970 do que em qualquer outro período de 50 anos nos últimos dois milênios. Só conseguiremos limitar isso se agirmos veementemente hoje”, destaca a bióloga.
Finalizando seu discurso, Jaqueline trouxe os cinco cenários previstos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para o aumento da temperatura média até 2100. Na melhor das hipóteses, com as emissões de carbono zerando até 2050, a Terra fecharia o século com 1,4°C de aumento, enquanto na pior, em que as emissões mais do que dobrariam, teríamos 4,4°C de acréscimo, o que, segundo ela, “geraria um cenário catastrófico, como no filme Wall-E”.
Representando a prefeitura de Porto Alegre, o Secretário de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Gemano Bremm, reafirmou o compromisso que a Capital tem de reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 e zerar até 2050. Atualmente, os principais poluentes da cidade são: transporte (67,7%), energia estacionária (23%) e resíduos (8,8%).
Para promover essa redução, a prefeitura possui um inventário de gases de efeito estufa e os seus dados servirão para alinhar o Plano Diretor à política climática. Além disso, instalações de diversas placas fotovoltaicas e biodigestores, criação de projeto para despoluição do arroio dilúvio e premiação e certificação ambiental de empresas são algumas das inúmeras iniciativas fomentadas pelo governo da Capital.
Apesar de medidas já estarem sendo tomadas, Bremm ressalta que “a verdadeira diferença só será feita através do engajamento da sociedade na causa climática, por meio das pequenas ações cotidianas”.
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