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Publicada em 30 de Novembro de 2023 às 21:17

Porto Alegre é a capital com a maior taxa de mortalidade por Aids

Atendimento, diagnóstico e tratamento da doença são gratuitos nos serviços de saúde do SUS

Atendimento, diagnóstico e tratamento da doença são gratuitos nos serviços de saúde do SUS

Cristine Rochol/PMPA/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar
Desde 1988, o primeiro dia do último mês do ano é um marco de conscientização e solidariedade. Abrindo o Dezembro Vermelho, nesta sexta-feira, celebra-se o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, doença que tem sido responsável por milhares de óbitos ano após ano.
Desde 1988, o primeiro dia do último mês do ano é um marco de conscientização e solidariedade. Abrindo o Dezembro Vermelho, nesta sexta-feira, celebra-se o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, doença que tem sido responsável por milhares de óbitos ano após ano.
Em virtude desta data, o Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira, o Boletim Epidemiológico - HIV e Aids 2022, com dados referentes ao último ano. Segundo a pesquisa, Porto Alegre é um dos locais com maior concentração do vírus HIV no País, apresentando, também, a maior taxa de letalidade entre as capitais do país.
Em Porto Alegre, enfrenta-se uma epidemia de Aids. O estudo Atitude, conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento em parceria com o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) e a Secretaria Estadual da Saúde (SES), revela que a Capital e Região Metropolitana possuem 1,6% de sua população total portadora do vírus.
Comparativamente a média nacional, a Capital também registra índices de mortalidade extremamente elevados, com 23,8 óbitos a cada 100 mil habitantes. Além de ser o maior entre as capitais do Brasil, esse índice é seis vezes superior ao coeficiente nacional e um dos maiores em toda a América Latina.
O Rio Grande do Sul destaca-se preocupantemente no cenário nacional. O Estado ocupa a sexta posição em taxas de detecção de Aids, com 23,9 casos por 100 mil habitantes, mas também lidera a taxa de mortalidade, com 7,3 óbitos por 100 mil habitantes, e apresenta índices muito acima da média de detecção em gestantes e crianças.

Especialista alerta para o risco de contágio com jovens com menos de 20 anos 

A médica ginecologista pelo Centro de Referência em Saúde da Mulher, Zoila Medina, alerta para a preocupação com os jovens, destacando o surgimento de um forte grupo de risco com menos de 20 anos, que muitas vezes negligencia o uso de preservativos.
"Aqueles que não vivenciaram o auge da doença acabam não dando a importância que ela merece e, ao subestimá-la, correm mais riscos", lamenta.
No Brasil, o primeiro caso da doença foi diagnosticado em 1980, inicialmente associado à comunidade gay. Programas de controle e prevenção foram implementados, mas a baixa utilização de preservativos ainda é um desafio.
Apesar dos avanços, estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas ainda sejam portadoras de HIV no Brasil, enquanto 64% da população do País não utiliza preservativos em relações sexuais e e 33% já mantiveram relações sem camisinha fora de relacionamentos.
A Aids é causada pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que compromete o sistema imunológico, tornando o organismo suscetível a infecções oportunistas. O período de incubação, variando de 3 a 6 semanas, pode culminar em sintomas semelhantes aos da gripe, marcados por febre e mal-estar. No entanto, é crucial destacar que ter o HIV não equivale automaticamente a ter Aids, já que muitos soropositivos (pessoas infectadas) vivem anos sem manifestar sintomas ou desenvolver a doença.
O HIV por sua vez é uma infecção sexualmente transmissível, que encontra nas relações desprotegidas sua principal via de disseminação. O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids revela que, em 2022, aproximadamente 39 milhões de pessoas no mundo portavam o vírus, com percentuais de contaminação mais elevados em populações-chave.
O dia 1° dia do mês também marca o início do Dezembro Vermelho, mês dedicado à prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/Aids, mas também daqueles afetados por outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Vale ressaltar que o atendimento, diagnóstico e tratamento dessas doença são gratuitos nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
 

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