Depois de dias atípicos, a normalidade está voltando à Capital. Durante a tarde desta quinta-feira, o Guaíba chegou aos 2,87m no Cais Mauá, 37cm abaixo da cota de transbordamento e 59cm menor que o nível atingido na manhã da última terça, no momento de pico do Lago, que teve sua maior cheia desde 1941. Segundo a MetSul Meteorologia, a tendência é que este número siga diminuindo nos próximos dias.
Ao contrário das cenas vistas ao longo da semana, os armazéns do Cais do Porto começaram a secar. Com isso, a prefeitura optou pela reabertura de quatro comportas do sistema de contenção de cheias. Por hora, serão abertos apenas os portões 1 e 2 (área do Cais Embarcadero), 4 (avenida Sepúlveda) e 6 (acesso ao Catamarã). As comportas 11, 12 e 14 seguem monitoradas pelo Dmae, enquanto as sete restantes continuarão permanentemente fechadas.
Nas Orlas de Ipanema e do Gasômetro, a situação também está sendo normalizada, e as regiões apresentam apenas pequenos pontos de acúmulo de água. Da mesma forma, os bairros Praia de Belas e Navegantes e o 4° Distrito, três dos pontos mais afetados da Capital, não enfrentam mais um intenso refluxo da rede pluvial e as vias já estão liberadas para a circulação de veículos e pedestres.
Com o bairro Arquipélago ainda se recuperando dos danos causados pelo Guaíba, o recuo do lago é um alento. Durante a tarde de quinta, foi reestabelecido o acesso terrestre à Ilha da Pintada, permitindo o ingresso de um caminhão pipa e de um ônibus com atendimentos de saúde aos moradores da região. As Ilhas seguem sem abastecimento de água e com todas as escolas e postos de saúde fechados.
Outra grande notícia é a retomada de todas as linhas da Trensurb da Capital. As Estações São Pedro, Rodoviária e Mercado já tiveram seus trilhos drenados e agora transitam normalmente. Com isso, foi possível suspender a operação de emergência dos ônibus montada pela EPTC para atendimento dos usuários do trem.
Mesmo com a baixa do Guaíba, ainda não está prevista a data de retomada das operações do Catamarã e no Cais Embarcadero. Entretanto, a tendência é que isso ocorra logo, visto que o Lago deve continuar em ritmo de queda, voltando ao seu nível padrão ao longo do final de semana.
De acordo com a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), até o final da tarde de quinta, pelo menos 202 pessoas permaneciam acolhidas nos três abrigos organizados pela Defesa Civil da Capital.