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Publicada em 22 de Novembro de 2023 às 18:50

Vento Sul contém baixa e cheia do Guaíba segue causando transtornos

Com as águas refluindo pela rede pluvial, o bairro Praia de Belas é um dos mais atingidos

Com as águas refluindo pela rede pluvial, o bairro Praia de Belas é um dos mais atingidos

Mauro Belo Schneider/Especial/JC
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Gabriel Margonar
Após iniciar uma trajetória de recuo durante a tarde de terça-feira, o Guaíba subiu e voltou a descer nesta quarta. Com suas águas sendo represadas pela chegada do Vento Sul na Lagoa dos Patos, o lago estava em 3,19m por volta das 18h e, com o auxílio da chuva que caiu na Capital, continuou causando transtornos em diversas regiões, com destaque para as Ilhas, Zona Sul e 4° Distrito.
Após iniciar uma trajetória de recuo durante a tarde de terça-feira, o Guaíba subiu e voltou a descer nesta quarta. Com suas águas sendo represadas pela chegada do Vento Sul na Lagoa dos Patos, o lago estava em 3,19m por volta das 18h e, com o auxílio da chuva que caiu na Capital, continuou causando transtornos em diversas regiões, com destaque para as Ilhas, Zona Sul e 4° Distrito.
De acordo com a MetSul Meteorologia, quando o vento sopra do quadrante Sul sobre a Lagoa dos Patos, há efeito de “empilhamento” da água, dificultando o escoamento do Guaíba e fazendo com que ele avance em direção à cidade. Com o plano de contingencia às cheias ativo e contendo a invasão por terra, o Lago está refluindo, principalmente, pela rede pluvial.
O bairro Praia de Belas e o 4° Distrito já estavam sofrendo com esse refluxo desde o início da semana, porém, com a forte chuva que caiu em Porto Alegre, a situação foi intensificada. Por isso, diversos pontos dessas regiões tiveram bloqueio total por conta da água, impedindo a circulação de veículos e pedestres.
Segundo a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), até o final da tarde desta quarta, pelo menos 208 pessoas estavam acolhidas nos três abrigos organizados pela Defesa Civil da Capital. A grande maioria delas pessoas pertencem a Região das Ilhas, onde a condição está cada vez mais caótica.
Além de permanecer sem abastecimento de água, os moradores que seguem na região estão convivendo com ruas cada vez mais alagadas e sendo obrigadas a usar barcos como transporte. Escolas e postos de saúde do bairro Arquipélago seguem fechados.
Na Zona Sul, que até então vinha passando um pouco despercebida por essa nova enchente, o Lago também subiu. Da mesma forma como ocorreu durante a cheia de setembro, a Orla de Ipanema amanheceu coberta pela água, que também atingiu alguns pontos da avenida Guaíba.
Em outra parte da Orla do lago, no Gasômetro, os estragos também foram significativos. As águas transformaram um dos grandes cartões postais da Capital, inundando quadras esportivas, parques infantis e demais áreas de lazer. Ali próximo, parte do campo de treinamentos do Inter, no CT Parque Gigante, também foi atingido.
Próximo aos armazéns do Cais do Porto, que estão tomados pela água, o Cais Embarcadero, espaço de lazer e gastronomia às margens do Guaíba, permanece fechado e sem previsão de volta.
Antes de começar a baixar seu nível, na manhã de terça, o Guaíba atingiu o pico de 3,36 metros, maior cota do Lago desde a grande cheia de 1941. Em meio a uma das maiores tragédias ambientais da história de Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo, inclusive, declarou situação de emergência no município.
Durante esta quinta-feira, o tempo deve abrir, marcando a volta do sol. Porém, com a persistência do vento sul até sexta, o efeito de represamento do Guaíba segue em alta e o lago permanecerá acima da cota de cheia nos próximos dias.

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