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Publicada em 21 de Novembro de 2023 às 13:16

Moradores das ilhas do Guaíba são obrigados a deixarem suas casas com a cheia histórica

A água tomou conta, e moradores da região perderam tudo

A água tomou conta, e moradores da região perderam tudo

ARTHUR RECKZIEGEL/ESPECIAL/JC
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Arthur Reckziegel
Arthur Reckziegel
As enchentes que estão assolando o Rio Grande do Sul seguem trazendo consequências para a cidade de Porto Alegre. Os mais afetados até o momento são os moradores no bairro Arquipélago. Lá estão localizadas a Ilha da Pintada, das Flores, do Pavão, do Barba Negra e a Ilha Grande dos Marinheiros. 
As enchentes que estão assolando o Rio Grande do Sul seguem trazendo consequências para a cidade de Porto Alegre. Os mais afetados até o momento são os moradores no bairro Arquipélago. Lá estão localizadas a Ilha da Pintada, das Flores, do Pavão, do Barba Negra e a Ilha Grande dos Marinheiros. 
A prefeitura da cidade vai decretar situação de emergência em decorrência da cheia no Guaíba, que atingiu 3,46 metros na manhã desta terça. Segundo a Defesa Civil de Porto Alegre, cerca de 920 pessoas foram removidas das suas casas, sendo a maior parte no bairro Arquipélago.
Na Ilha das Flores, os moradores trabalham para tentar salvar, pelo menos, o que restou das suas coisas e se impressionam com altura da água. "Nunca tinha visto algo neste nível. Foi a maior enchente que tivemos. Na de setembro, as águas não tinham atingido essa altura", disse Vinícius Couto, que mora no local desde o nascimento. 
Vinícius concedeu a entrevista sentado dentro de um carro, já que o acesso até a casa era impossível. "Não tem como acessar, perdemos tudo lá dentro, não tem como buscar nada. Até o momento, não recebemos auxílio da prefeitura e nem da Defesa Civil", afirmou o jovem.
 
Alguns moradores transitivam dentro das ilhas em caiaques para recuperar seus pertences, já outros não possuíam esse 'luxo'. Caminhavam por dentro da água. Adultos, crianças e até mesmo cachorros eram vistos no cenário de destruição. 
Na Ilha dos Marinheiros, a situação também era crítica. Sirlete Dornelles, moradora do local há 40 anos, relatou ter perdido a maioria de seus pertences, enquanto lavava suas botas naquela água suja. "Elas estão cheias de areia, preciso dar uma lavada", relata. 
"Estamos sem banheiro e sem água. Comida a gente tem porque recebemos muita ajuda da Defesa Civil, mas agora não temos nada para beber", disse Sirlete. A aposentada esta contando com o auxílio governamental para se reerguer. "Parece que vão liberar um cartão para que possamos comprar móveis. Eu perdi minha pia, minha geladeira queimou e agora nem cama mais eu tenho. Temos que improvisar, estamos e minha filha dormindo no chão."
Outra preocupação é o aparecimento de cobras nesses locais. "Minha cunhada teve que sair de casa porque apareceram três cobras. Onde mora meu ex-marido apardeceu uma gigantesca e venenosa. A gente está com muito medo", disse a moradora da região.

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