Uma passeata em soliedariedade ao povo palestino circulou pelo Centro de Porto Alegre na tarde deste sábado (4) pedindo pelo cessar-fogo e fim dos ataques e incursões militares de Israel em Gaza. Segundo estimativa dos organizadores da manifestação, aproximadamente 2 mil pessoas estiveram presentes na caminhada, que saiu às 15h20min de frente do Mercado Público, passou pelas ruas Otávio Rocha e Sr. dos Passos e desceu pela Pinto Bandeira, retornando ao Largo Glênio Peres pela rua Voluntários da Pátria.
Em todo o País, iniciativas do gênero ocorreram neste mesmo dia em pelo menos outras 12 cidades, incluindo São Paulo (SP), Brasília (DF), Maceió (AL) e Florianópolis (SC). A data ficou marcada como Dia Mundial de Solidariedade ao Povo Palestino e ainda contou com protestos, marchas e seminários em mais de 100 cidades ao redor do mundo, como Washington, Buenos Aires, Dublin, Londres, Paris e Berlin.
Organizados pelas comunidades árabes e palestinas e por cerca de 150 organizações populares e sociais que assinam um manifesto por solidariedade à Palestina, os atos lembraram os milhares de mortos após o início da guerra em resposta ao grupo extremista islâmico armado Hamas, que bombardeou Israel no início de outubro, e criticaram o bloqueio à Faixa de Gaza, onde vivem 2,2 milhões de civis que sofrem com o corte de água, energia e combustíveis que pode provocar um caos humanitário na região.
"Realizamos esse ato para protestar contra este drama humano, que já é mais que um massacre que Israel está praticando contra o povo palestino na Faixa de Gaza: desde o dia 7 de outubro até agora, temos mais de 27 mil feridos e 9,5 mil mortos, incluindo 5 mil crianças (mortas e desaparecidas), 2,4 mil mulheres (sendo que outras 3 mil estão desaparecidas), além de 135 médicos", afirmou o integrante da Frente Gaúcha de Solidariedade ao Povo Palestino e membro da comunidade palestina brasileira na grande Porto Alegre, Nader Baja. Segundo ele, também 31 jornalistas e 70 funcionários da ONU foram assassinados neste mesmo período.
"Israel também está atacando hospitais, ambulâncias, mesquitas e igrejas", emendou Baja. "Estamos pedindo cessar-fogo já e ajuda humanitária imediata. Também queremos que o governo federal rompa relações e revogue os acordos de cooperação com Israel, além de expulsar os embaixadores israelenses do Brasil", pontuou.
A manifestação contou com bandeiras da Palestina e cartazes chamando atenção "para o genocídio em curso", além de poucos símbolos de partidos políticos. "Nós precisamos, cada vez mais, romper os acordos com Israel feitos pelo governo Bolsonaro, principalmente um último, aprovado na semana passada pela Câmara de Deputados, que prevê cooperação com a segurança pública do Estado de Israel na importação de tecnologia", reforçou a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL). Além dela, outros políticos do PSOL estiveram presentes no ato, a exemplo do vereador Roberto Robaina.