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Novos tratamentos e atendimento personalizado aumentam chances de cura de pacientes com câncer de mama
Segundo o Inca, o câncer de mama deve atingir 74 mil pessoas no Brasil até 2025
O desenvolvimento de novos medicamentos, tratamentos e o atendimento personalizado dão aos pacientes com câncer de mama maior qualidade de vida e maiores chances de cura. A doença deve atingir 74 mil pessoas até 2025, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), na grande maioria mulheres, uma vez que os homens são 1% dos casos de câncer de mama no Brasil. A maior incidência da doença ocorre nas Regiões Sul e Sudeste, e os hospitais do Rio Grande do Sul apostam em terapias e serviços diferenciados para melhor atender os pacientes.
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O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) atende usuários do SUS e recebe cerca de 32 pessoas por mês vindas de todo o Rio Grande do Sul com diagnóstico de câncer de mama. “Com o uso de novas drogas, hoje temos uma sobrevida muito maior, até em pacientes metastáticos, que está mais prolongada”, explica a chefe do Serviço de Mastologia do Clínicas, Andréa Pires Souto Damin.
Entre os novos tratamentos usados para tratar o câncer de mama, a mastologista cita os anticorpos monoclonais (proteínas existentes no sangue que ajudam a reconhecer e combater organismos invasores como vírus, bactérias e toxinas) e a terapia-alvo (tratamento que usa drogas ou outras substâncias para identificar e atacar especificamente as células cancerígenas). Além dos avanços nas medicações, Andréa destaca as melhorias em termos de intervenção cirúrgica. “As cirurgias estão cada vez menores e menos mutilantes”, explica.
Embora o câncer de mama seja mais comum nas mulheres a partir dos 50 anos, Andréia diz que cerca de 42% dos casos no Rio Grande do Sul é de pessoas abaixo dessa faixa etária. Essa nova realidade vem mudando as orientações sobre a mamografia. Se antes a recomendação era fazer o exame nas mulheres de 50 a 69 anos, hoje deve-se começar a partir dos 40 anos. “Deixamos metade da população fora do rastreamento se iniciarmos depois dos 50”, adverte a chefe do Serviço de Mastologia do Clínicas.
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Outro importante centro de referência no tratamento de pacientes com câncer no Estado é o Hospital Moinhos de Vento, que atende a rede privada de saúde. Há 20 anos, o Moinhos conta com o Núcleo Mama, composto por um serviço multiprofissional formado por mastologistas, cirurgiões plásticos e geral, oncologistas clínicos, radioterapeutas, enfermeira, psicólogo, psiquiatra, geneticista, fisioterapeuta e nutricionista. Em duas décadas, já foram realizados 6,2 mil diagnósticos, 1,7 mil consultas por mês e mais de 25 mil cirurgias no Núcleo Mama.
“Atendemos as pacientes sempre com uma visão de elas estarem no centro do cuidado, com um projeto de ‘Nurse Navigator’. Quando a paciente recebe o diagnóstico da doença, a equipe de enfermagem faz o elo entre os vários profissionais, o que ajuda a superar barreiras, fazendo com que as pessoas possam ter acesso rápido aos exames e aos resultados”, explica Maira Caleffi, chefe do Núcleo da Mama do Hospital Moinhos de Vento.
Desde a implementação do programa, há 10 anos, houve uma redução no tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento, caindo de 26 para 12 dias. A partir da confirmação da doença, é feito um estudo detalhado do histórico familiar. Nos casos em que pode se tratar de câncer hereditário, a paciente é encaminhada para um geneticista, o que pode envolver mais integrantes da família.
Outra importante abordagem feita pela equipe do Núcleo Mama é a determinação do tipo de câncer, o que possibilita optar pelas medicações e terapias mais indicadas a cada pessoa. A duração do tratamento aumenta de acordo com o estágio da doença. “No estágio 1, o tratamento é menos complexo. Conforme aumenta o estágio o impacto do tratamento na vida da paciente é maior”, salienta Maira.
As iniciativas do Hospital Moinhos de Vento vêm contribuindo para os avanços no índice de cura das pacientes do Núcleo Mama, que são de 92% no período de cinco anos. “Estamos em patamar semelhante aos dados dos melhores hospitais mundiais”, destaca.