Rodoviários da Carris entram em greve contra o leilão da empresa

Com proposta comercial mínima de R$ 109 milhões, que inclui a venda de ações e bens

Por Maria Amélia Vargas

Rodoviários fazem mobilização em frente à garagem da Carris. Categoria protesta contra leilão de privatização da empresa
Atualizado às 10h18min
A semana se iniciou com greve de rodoviários contrários à desestatização da Carris. Por decisão do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes de Porto Alegre (Stetpoa), que não concorda com as medidas propostas pela prefeitura da Capital, 40% da frota não saiu das garagens. Mesmo assim, a administração municipal confirma que sessão pública ocorrerá a partir das 13h30 desta segunda-feira (2).

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Com proposta comercial mínima de R$ 109 milhões, que inclui a venda de ações e bens (como ônibus e terrenos), a concessão por 20 anos envolve a operação de 20 linhas, o que representa 22,4% do sistema de transporte coletivo da cidade.
O Stetpoa, no entanto, pede a retirada do edital seguida da suspensão da abertura dos envelopes. O sindicato se reuniu na frente da sede da Carris com trabalhadores no início da manhã. "Vamos lutar contra a venda da Carris até o último minuto. O edital está mal feito, contempla apenas 718 trabalhadores, mas temos 1,2 mil e mais 400 afastados. Estão usando os trabalhadores como objetos, vamos ficar em greve por tempo indeterminado", disse o vice-presidente da entidade, Alessandro Ávila. Assim que encerrar o leilão, a categoria irá se reunir em assembleia e, às 17h, terá outra reunião no TRT4 para decidir sobre a manutenção da paralisação.
Usuários das linhas 343 e 353 da Carris que estavam na parada em frente ao Hospital da Pucrs sentiram os efeitos da greve. Foi o caso da estudante Ana Maria Cunha, 24 anos, que precisou chamar um carro de aplicativo para não se atrasar em compromissos. "Fui prejudicada hoje, mas sou a favor da greve. O serviço precisa melhorar, mas não acho que a privatização seria a solução."
Outro cidadão afetado foi Olimário da Silva, 57 anos, que veio de Xangri-La à Capital para fazer exames e acabou sem conseguir voltar para casa como previsto. "Estou esperando o ônibus para a rodoviária, mas já perdi o intermunicipal que pegaria mais cedo e chegarei mais tarde em casa".
Para evitar a desassistência de, pelo menos, 70% dos passageiros que utilizam as linhas afetadas, a prefeitura reformulou os itinerários neste dia. Segundo o secretário de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, o esquema levou em consideração as linhas que mais carregam passageiros e trajetos capazes de suprir de alguma forma a demanda. “Sabemos que a paralisação gerará transtornos à população e estamos atentos para o cumprimento do que foi estabelecido na justiça. Se for necessário vamos ajustar a operação ao longo do dia para minimizar esse prejuízo”, destacou.
Alternativas de atendimento:
T3 – Linha transversal que sai da av. Polônia junto à Estação São Pedro do Trensurb e vai até o Brarra Shopping Sul, passando por parte do eixo da 2ª Perimetral, bairros Santana e Santo Antônio e av. Tronco. A alternativa para esta linha é procurar outra linha no eixo de deslocamento mais próximo (Farrapos, Cristóvão, 24 de Outubro, Ipiranga, Bento, Oscar Pereira ou Icaraí) e realizar integração no Centro da cidade, buscando uma linha que vá até seu destino;
T9 – Linha que liga a região da Carris/ PUC até a Praça Dom Feliciano, passando por bairros Jardim Botânico, Petrópolis, Auxiliadora, Moinhos de Ventos e Av. Independência. A alternativa é buscar uma linha próxima conforme sua localização e utilizar a integração para chegar próximo ao seu destino;
T13 – Linha Transversal que sai do Terminal Triângulo e vai até a PUC/Carris, passando por Assis Brasil, Terceira Perimetral e Ipiranga. A principal alternativa de deslocamento é utilizar uma linha radial da av. Assis Brasil e integrar com a linha 344.2 – Santa Maria/ 3ª Perimetral;
Linhas C1 e C3 – Linhas circulares da região Central. Buscar como alternativa linhas que chegam pelos principais eixos da cidade;
343 – Linha radial que sai do Campus do Vale da UFRGS, passando pela PUC, av. Ipiranga , Silva Só e Osvaldo Aranha. A alternativa é utilizar a T8, T1 ou alguma linha dos eixos Bento, Ipiranga ou Osvaldo Aranha, podendo haver integração para chegar até seu destino;
353 – Linha radial que sai do Campus do Vale da UFRGS, passando pela Intercap, PUC, av. Ipiranga e João Pessoa. A alternativa é utilizar a T8, T1, 375 ou alguma linha dos eixos Bento, Ipiranga ou João Pessoa, podendo haver integração para chegar até seu destino;
T2 e T2A – Linhas transversais que saem do Terminal ao lado do Praia de Belas Shopping indo até a Estação Farrapos do Trensurb, passando por Medianeira, 3ª Perimetral, Partenon, Jardim Botânico e Postão do IAPI (T2A). A alternativa é utilizar uma linha dos diversos eixos em que atravessa (Borges de Medeiros, Azenha, Bento, Ipiranga, Protásio, Nilo, Plínio, Assis Brasil e Farrapos) podendo utilizar integração na área central para chegar ao seu destino.
T10 – Linha transversal que sai do Terminal Triângulo e chega ao Campus do Vale da UFRGS, passando por Manoel Elias, Protásio e Antônio de Carvalho. A alternativa é utilizar uma linha como T4, T6 ou 495 e integrar com a linha T8 onde se cruzam no itinerário.