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Saúde

- Publicada em 02 de Outubro de 2023 às 15:06

Regiões Sul e Sudeste lideram em casos de câncer de mama e óbitos pela doença no Brasil

Câncer de mama deve atingir cerca de 74 mil brasileiras entre 2023 e 2025

Câncer de mama deve atingir cerca de 74 mil brasileiras entre 2023 e 2025


Stefamerpik on Freepik/Divulgação/JC
Principal causa de morte por câncer entre as brasileiras (16,1%), o câncer de mama deve atingir cerca de 74 mil mulheres por ano entre 2023 e 2025, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A taxa de mortalidade pela doença, ajustada por idade pela população mundial, ficou em 11,71 óbitos/100.000 mulheres em 2021, conforme os dados mais recentes divulgados pelo Inca. As regiões Sudeste e Sul têm as maiores taxas de mortes (12,43 e 12,69 óbitos/100.000 mulheres, respectivamente).
Principal causa de morte por câncer entre as brasileiras (16,1%), o câncer de mama deve atingir cerca de 74 mil mulheres por ano entre 2023 e 2025, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A taxa de mortalidade pela doença, ajustada por idade pela população mundial, ficou em 11,71 óbitos/100.000 mulheres em 2021, conforme os dados mais recentes divulgados pelo Inca. As regiões Sudeste e Sul têm as maiores taxas de mortes (12,43 e 12,69 óbitos/100.000 mulheres, respectivamente).
Um dos fatores que pode explicar essa alta incidência nas duas regiões, conforme explica o médico patologista e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) Clovis Klock, é a Síndrome de Li-Fraumeni (SLF), doença hereditária de predisposição ao câncer relacionada a mutações no gene TP53, encontrada apenas no Brasil e com prevalência maior no Sul e no Sudeste. “No Sul temos uma das maiores incidências mundiais de câncer em função da Síndrome de Li-Fraumeni. Ela deve ser discutida no Brasil por causa da importância que tem”, ressalta.
Klock explica que a pessoa com a SLF tem predisposição a ter vários tipos de tumores, desde intestino, fígado, tireoide e mama. “Acompanhamos vários pacientes com essa síndrome e várias delas têm câncer de mama. Nas famílias onde há uma incidência muito grande de câncer, é preciso procurar auxílio médico para estudar que tipo de alteração genética essas pessoas têm, o que pode ajudar muito na prevenção e no diagnóstico mais precoce das doenças”, orienta.
O número de mulheres diagnosticadas com câncer de mama na faixa dos 30 anos vem aumentando, o que reforça a importância de se fazer o autoexame e os exames de prevenção na população com casos da doença na família mais cedo, e não apenas a partir dos 40 anos. Além de fatores genéticos, o câncer de mama é uma doença multifatorial, com influência de hábitos como cigarro, sedentarismo, obesidade, uso de métodos de contraceptivos orais e reposição hormonal pós-menopausa, entre outros.
O Outubro Rosa reforça o alerta sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Conforme a SBP, as chances de cura da doença em estágio inicial chegam a 95%. “O grande segredo quando se fala em câncer é diagnosticar cedo, o que permite conseguir um tratamento muito menos agressivo para as pacientes e maior qualidade de vida”, explica Klock.
O diagnóstico de um câncer é dado por um médico patologista a partir da análise de uma parte do tecido com a lesão. Quando detectada na fase inicial, a cirurgia é muito mais conservadora, sem precisar fazer todo o esvaziamento da axila, retirando apenas o primeiro linfonodo que espalharia as células para fora do câncer. “Assim se tiraria apenas um pedaço da mama, sendo uma cirurgia muito menos agressiva e tranquila para a paciente”, afirma.
Os tratamentos contra o câncer de mama vêm avançando nos últimos anos. De acordo com o presidente da SBP, o tratamento do câncer de mama foi o primeiro a usar a medicina de precisão e personalizada a partir de receptores hormonais e o Her2 (proteína na parte externa das células mamárias que promove o seu crescimento). Com isso, já é possível determinar os procedimentos adequados para cada paciente.
Nos casos de Câncer de Mama Triplo-negativo (NMTN), forma mais agressiva da doença, o uso da terapia alvo traz grandes benefícios. “Conseguimos com a terapia alvo melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e dar a cura. Geralmente, são pacientes mais jovens e com o câncer mais agressivo. Com a imunoterapia, é possível dar um melhor tratamento. Esse foi o grande avanço que tivemos em termos de câncer de mama nos últimos cinco anos”, afirma Klock.