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Moradores de ilhas de Porto Alegre e Eldorado se preparam para caso de enchente
Segundo os Bombeiros, o nível do Guaíba subiu cerca de 20 cm ao longo do dia
Os moradores das ilhas de Porto Alegre e de Eldorado do Sul, na região Metropolitana, se preparam para possível inundação em decorrência das fortes chuvas que atingiram o Estado desde a madrugada de segunda-feira (4) e provocaram 36 mortes até o momento. Nesta quarta-feira (6), a água já adentrava algumas casas e estabelecimentos e gerava preocupação, fazendo com que os moradores relembrassem as enchentes de 2015, que causaram estragos maiores na região.
Na Ilha da Pintada, em Eldorado do Sul, as águas do Rio Jacuí avançaram rapidamente ao longo do dia. Acompanhando uma equipe do 3º Pelotão do Bombeiro Militar de Guaíba, que patrulhava a região e registrava tudo em fotos, a reportagem do Jornal do Comércio teve acesso a um clube náutico, onde a água já alcançava cerca de metro nos galpões onde ficam guardados os equipamentos. "Já tiramos refrigerador e tudo que estava ao alcance da água. Lá pelas 10h da manhã começou a encher e acho que dessa vez vai extrapolar a propriedade, acho que vai ter enchente", afirmou a colaboradora Marilei da Silva. Apesar disso, Marilei disse estar tranquila. "Cresci na ilha, já vi enchentes piores", rememorou. Em alguns pontos era possível ver uma correnteza forte em virtude dos ventos.
Ali perto, na Av. Martinho Poeta, um condomínio de luxo enfrentava o mesmo problema. O rio se aproximava das casas à beira do Jacuí, embora ainda não tivesse invadido os terrenos. A maioria das residências estava vazia de moradores, com móveis, como cadeiras e mesas, deslocados. Segundo um funcionário que estava no local, vários moradores estavam fazendo isso, porque as cheias poderiam atingir muitas casas do condomínio. Na Ilha das Flores, em Porto Alegre, a aposentada Laci Alves afirmou que, mesmo com a água já invadindo o terreno, ainda não deixaria o local. "Moro uma vida aqui, estamos acostumados. Em 2015 tive que sair, montamos uma barraca, agora é torcer para não acontecer o mesmo". De acordo com o comandante de guarnição do dia do 3º Pelotão, Anderson Bandeira, a orientação é que os moradores que podem deixem suas casas.
Outra moradora da Ilha das Flores, que não quis se identificar, precisou tirar o carro do terreno e estacionar na rua porque o pátio ficou todo alagado, com a água batendo nos joelhos. "Ainda não estou ilhada porque consigo sair, mas moro aqui há 3 anos e ainda não tinha visto isso, mas me disseram que não chega a entrar em casa. Se continuar subindo vou ter que sair, vou para a casa que tenho em outra parte da ilha, mais alta. Aqui subiu muito rápido, de manhã até agora encheu", contou a moradora.
Na Ilha do Pavão, também na Capital, um terreno com três casas estava tomado pela água. A família, no entanto, ainda estava tranquila. "Quando teve aquela enchente em 2015, eu construí a nova casa mais alta", contou um homem. "Para nós, isso aqui ainda é brincadeira, estamos acostumados, mas estamos nos preparando, porque como essa não acontecia desde 2020 e a defesa civil disse que vai continuar chovendo", ponderou uma mulher. Eles também não quiseram se identificar.
Segundo os Bombeiros, o nível do Guaíba subiu cerca de 20 cm ao longo do dia, chegando a marca de 2m e 10 cm. Por volta das 16h, no entanto, o nível da água começou a estabilizar.