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Setembro Amarelo: suicídio aumenta entre crianças e jovens no Brasil e mundo
O suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e tem crescido também entre crianças de 5 a 14 anos
A identificação, avaliação e acompanhamento da saúde mental de crianças e jovens é fundamental para o combate ao suicídio dessa faixa etária. O suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e tem crescido também entre crianças de 5 a 14 anos, no Brasil e no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste mês, é lembrado o Setembro Amarelo, que chama a atenção para a prevenção ao suicídio.
Não há uma causa única ou isolada que levam uma criança ou jovem a pensar sobre tirar a própria vida, mas se trata de uma questão multifatorial. O conjunto de fatores que pode levar ao suicídio inclui questões biológicas, histórico familiar e realidade socioambiental.
Conforme a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente, a identificação de transtornos durante a infância e adolescência pode ser um desafio, mas alguns sintomas e sinais ajudam a identificar que a criança precisa de apoio. São eles: dificuldade na escola e problemas para se concentrar; agressividade; tentativa de se machucar com frequência; evita amigos e familiares; passa por mudanças constantes de humor; falta de energia e motivação; dificuldades para dormir ou muitos pesadelos; costuma se queixar muito de dores ou desconfortos físicos.
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O cuidado com a saúde mental é um fator fundamental na prevenção ao suicídio. A psiquiatra e especialista em Infância e Adolescência de Porto Alegre Berenice Rheinheimer alerta que os transtornos de humor são os mais associadas ao suicídio no caso de crianças e adolescentes, como depressão uni e bipolar, e o abuso de substâncias. "Dependendo do transtorno, os sintomas são bem diferentes", destaca a psiquiatra.
Um fator contemporâneo que pode influenciar no aumento do suicídio entre jovens são as redes sociais. Além do cyberbullying, o ambiente virtual pode estimular o chamado efeito Werther. Em alusão ao livro Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Johann Wolfgang Goethe, publicado em 1774, o efeito diz respeito ao comportamento de contágio causado quando se fala do suicídio de maneira romantizada ou leviana – o que tende a acontecer na internet.
"As pessoas que já estão com sintomas buscam esse tipo de grupo na rede social. Para essas pessoas, parece que isso funciona como agravante, não como uma causa do suicídio", explica Berenice. Além disso, a médica afirma que algumas pessoas buscam grupos nas redes sociais para obter informações e identificar sintomas para ajudar pessoas próximas.
"Às vezes, a internet funciona como um reforço negativo, porque acaba estimulando a cometer tentativa (de suicídio) ou se torna um estímulo para automutilação, porque eles publicam fotos que podem funcionar como um gatilho para os adolescente. Então acho que tem as duas coisas, na internet pode ter informação, que é positiva, e pode ter um reforço que funciona com como desencadeante para o suicídio", afirma a psiquiatra.
Quanto ao tratamento, a profissional alerta que é preciso compreender que doenças e transtornos mentais devem ser tratados como qualquer outra patologia, o que inclui o uso de medicamentos. "Se a criança está com diabetes ou com pneumonia, nenhum pai e nenhuma mãe fica na expectativa de que a criança vá melhorar com a força do pensamento, então não temos que pedir que a criança melhore de uma depressão sem um tratamento medicamentoso", defende Berenice.
Atendimento para saúde mental de crianças e adolescentes em Porto Alegre
Os atendimentos no serviço público de Porto Alegre voltados à saúde mental tiveram aumento depois da pandemia, destaca a médica psiquiátrica e secretária da Saúde Mental da Capital, Cristiane Stracke. "Houve uma demanda aumentada para saúde mental de uma forma geral. Nesta faixa etária, houve não só um aumento da demanda, mas alguns agravos, por exemplo, risco de vida e automutilação", afirma Cristiane.
"Tem toda uma diferença no atendimento para essa faixa etária. Para crianças e adolescentes, além deles necessitarem de um ambiente especializado, separado de adultos, tem toda uma ambiência, um cuidado, uma forma de tratamento que é diferente de adultos", destaca a secretária da Saúde Mental.
Unidades de Saúde: as 132 unidades de saúde da Capital oferecem atendimento nos casos de saúde mental de menor gravidade e encaminham para os serviços especializados nos casos em que há necessidade.
Equipe de Saúde Mental Criança e Adolescente (EESCA): presta atendimento ambulatorial especializado para a faixa etária. O acesso ao serviço é feito por encaminhamento de unidades de saúde, internações hospitalares, emergências em saúde mental e outros serviços especializados. Porto Alegre conta com nove equipes atualmente:
- EESCA NEB – Norte/Eixo/Baltazar
Av. Assis Brasil, nº 6615, sala 306 – Passo d´Areia
(51) 3364-3053 - EESCA NHNI – Noroeste/Humaitá/Ilhas/Navegantes: EESCA NHNI IAPI
Rua 3 de Abril, nº 90 (Posto IAPI - área 20) – Passo d´Areia
(51) 3289-3436 - EESCA NHNI Navegantes
Av. Presidente Franklin Roosevelt, n° 5 – Navegantes
(51) 3289-5510 - EESCA Centro
Rua Capitão Montanha, s/n, 2º andar - Centro
(51) 3289-2965 - EESCA GCC – Glória/Cruzeiro/Cristal
Av. Moab Caldas, nº 400 (Posto da Cruzeiro - área 16) – Santa Tereza
(51) 3289-4065 - EESCA SCS – Sul/Centro Sul
Rua João Pitta Pinheiro Filho, nº 176 – Camaquã
(051) 3241-2343 - EESCA RES – Restinga/Extremo Sul
Rua Abolição, nº 850 – Restinga
(51) 3261-7486 - EESCA LENO – Leste/Nordeste
Rua Nazareth, nº 570, fundos – Bom Jesus
(51) 3334-9772 - EESCA PLP – Partenon/Lomba do Pinheiro
Av. Bento Gonçalves, nº 3722 – Partenon
(51) 3289-5523
Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi): realiza serviço de atenção psicossocial para atendimento a crianças e adolescentes que apresentam transtornos mentais graves e persistentes, assim como uso abusivo de álcool e outras drogas. São três CAPSi:
- CAPSi Casa Harmonia
Av. Loureiro da Silva, nº 1995 – Cidade Baixa
(51) 3289-2690 - CAPSi Pandorga
Rua Dom Diogo de Souza, nº 429 – Cristo Redentor
(51) 3340-1238 - CAPSi Supimpa
Rua São Manoel, nº 285 – Rio Branco
(51) 3359-8712