Após a enchente que assolou o Vale do Taquari no início do mês, a cidade de Roca Sales, uma das mais atingidas pelas enchentes, vem recebendo uma grande leva de voluntários para ajudar na reconstrução do município, neste doloroso período. Com o acesso fácil para as pessoas que desejam auxiliar a comunidade na reconstrução do dia a dia, os finais de semana são de muita solidariedade e trabalho árduo, já que a maioria dos voluntários têm mais disponibilidade nos sábados e domingos.
Vale destacar a mobilização das pessoas para facilitar o acesso a recursos básicos, como alimentação. Em diversos pontos, havia a distribuição de água e comida para todos que ajudam.
O cadastro do voluntário é realizado logo na entrada da cidade, em um processo rápido e efetivo, seguido do direcionamento para as doações, caso as tenha, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), e local de serviço. Devido à grande carga que chegou nas primeiras semanas, a prefeitura já não aceita mais a doação de roupas, direcionando seu foco para outros itens.
No último sábado, o ginásio da cidade estava lotado de materiais e produtos de limpeza e, agora, em fase de reforma dos espaços, estão sendo solicitados móveis, eletrodomésticos e materiais de construção. Apesar de ainda ser notório o estrago nas residências e estabelecimentos, o avanço da revitalização a partir da limpeza da cidade também está mais evidente.
O lamaçal que tomou conta das ruas do município após a enxurrada já não se faz presente como antes, facilitando as obras e os serviços de manutenção. Um dos principais pontos que precisa ajuda é o Hospital Roque Gonzales, que teve sua estrutura majoritariamente preservada, mas sofreu com o alagamento interno.
A população fez valer os dias ensolarados para tentar recuperar e secar o que fosse possível, antecedendo os últimos dias de chuva. Na fábrica Bozzolo, especializada na produção de bolsas de couro, que são vendidas para todo o Brasil, o trabalho era esse, visando evitar o mofo nos materiais, que permanecerão dentro do estabelecimento durante os dias de tempo ruim.
A dona da fábrica, Luciana Schaefel, destaca que, além de planejar recuperar cerca de 70% dos tecidos danificados, o foco também está em reparar as máquinas utilizadas na produção das bolsas. Em meio ao abalo de ver o trabalho sendo prejudicado de uma maneira tão cruel, a proprietária entende que ainda será necessário bastante tempo para que a operação volte a normalidade, e afirma que "não irão fazer nenhum milagre".