Marcado por ser o mês de prevenção contra o suicídio, setembro traz um olhar mais empático para com as pessoas que estão sofrendo de algum tipo de problema psicológico. Neste ano, o tema está sendo ampliado para a segurança emocional do funcionário. “Prover um ambiente de leveza e escuta tende a ser algo que será mais presente no mercado de trabalho para os próximos anos”, afirma o psicólogo Lucas Freire, especializado na criação de treinamentos e programas com experiências, voltados para o desenvolvimento comportamental, criatividade, resiliência e liderança.
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A trajetória de Freire se iniciou porque, como muitos, teve problemas de saúde mental no emprego. Ele acredita que o tópico está muito em alta e vê com bons olhos a oportunidade de expandir a discussão. “Esse assunto nunca esteve tanto nos holofotes como agora. O problema foi muito acelerado pela pandemia, mas já era algo que estava se percebendo. O Brasil já batia recordes de número de pessoas afastadas por conta de transtornos de ansiedade e depressão", avalia.
Outra questão a ser debatida é o preconceito que existe quando se fala de problemas psicológicos. Freire acredita que a situação melhorou bastante com o passar do tempo, mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido. "Muitos funcionários se sentem silenciados na hora de falar sobre o assunto, não se sentem confortáveis", enfatiza o psicólogo.
O grande desafio do momento é resgatar a confiança desses funcionários. Freire aponta a necessidade de um maior envolvimento das lideranças das empresas para que haja uma relação mais próxima entre os trabalhadores. “A gente precisa ter mais fóruns, mais líderes que sejam vulneráveis, um incentivo e também uma consideração individual. As chefias precisam prestar atenção na singularidade de cada funcionário”, relata.
Referência no tratamento ao empregado, a Mercur, empresa localizada em Santa Cruz do Sul, trata a questão com atenção e dá importância a cada detalhe que possa vir a impactar na saúde mental. A preocupação sempre existiu, mas foi impulsionada por conta da pandemia. A empresa viu a necessidade de ampliar o conhecimento no assunto e investir nas pessoas para colher os frutos futuramente. Para isso, foi atrás de capacitações para qualificar sua especialização no tópico.
Referência no tratamento ao empregado, a Mercur, empresa localizada em Santa Cruz do Sul, trata a questão com atenção e dá importância a cada detalhe que possa vir a impactar na saúde mental. A preocupação sempre existiu, mas foi impulsionada por conta da pandemia. A empresa viu a necessidade de ampliar o conhecimento no assunto e investir nas pessoas para colher os frutos futuramente. Para isso, foi atrás de capacitações para qualificar sua especialização no tópico.
Dentro da Mercur, existe uma figura para fazer todo o processo de diálogo e acolhimento para com o empregado. A função é exercida pela psicóloga especializa em Psicologia Organizacional e responsável pela área de Saúde Mental Mercur, Cristiana Merten Teixeira. Segundo ela, é importante pensar a saúde mental como um todo e o ano inteiro. "Nossas ações são muito pautadas em se colocar no lugar do outro. O trabalho tem centralidade na nossa vida, então nada melhor do que falar sobre no mesmo ambiente”, explica.
Na Mercur, existe um incentivo muito grande para qualificar as lideranças dentro da empresa. Diversas ações são realizadas com enfoque em criar líderes inclusivos e empáticos. “A liderança é um fator de proteção, o impacto da mesma pode mudar a vida inteira de um empregado”, ressalta a psicóloga.
O programa oferecido pela Mercur tem como objetivo abranger tudo que envolve saúde mental com as mais diferentes atividades. Alguns exemplos disso são as oficinas de ginástica laboral, o refeitório com alimentação saudável, espaço de meditação e voluntariado para conversas. Outra iniciativa é a Brigada Psicossocial Voluntária, que faz um trabalho de conversa e apoio a todos que assim desejarem. "Tudo bem não estar bem o tempo todo. A empresa está muito disposta a oferecer esse apoio. A gente sabe que tem um público masculino que sofre calado. É importante entender que não é necessário ter vergonha”, alerta Cristiana.