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No Dia do Estudante, alunos da rede pública pedem revogação do novo Ensino Médio
Estudantes pedem revogação do novo Ensino Médio e fazem críticas ao corte de verbas para a educação
Com gritos de “Eu tô na rua, não abro mão, de menos juros e mais educação”, dezenas de estudantes saíram em caminhada nesta sexta-feira (11) da frente do Colégio Júlio de Castilhos até o Palácio Piratini em Porto Alegre. A mobilização ocorre na data em que é celebrado o Dia do Estudante e foi organizada pela União Metropolitana dos Estudantes Secundários (Umespa), União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (Uges) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Na pauta do protesto, o pedido da revogação do novo Ensino Médio, críticas ao corte de verbas para a educação e reivindicação de maior segurança nas escolas.
“Desde o início de 2023 estamos vendo as mazelas que o novo Ensino Médio deixou para a educação mobilizados pela revogação", conta Pedro Feltrin, coordenador do Coletivo Juntos e Tesoureiro da União Gaúcha de Estudante. Implementado em 2022 para alunos do segundo ano do Ensino Médio, o modelo tinha como proposta permitir que os jovens escolhessem quais disciplinas iriam cursar. Foram estabelecidos itinerários formativos, o que alterou a grade curricular, reduzindo a carga horária de disciplinas básicas. "O que conquistamos até aqui foi a paralisação da implementação no meio do ano desse novo Ensino Médio. Na verdade nenhum estudante da rede pública foi consultado sobre as mudanças”, explica Feltrin.
Segundo o jovem, a maioria dos conteúdos básicos estão sendo cortados nas escolas públicas, enquanto nas privadas os alunos têm condições de aderir, professores específicos para a realização dos projetos e cursos no contraturno para poder fazer o vestibular. “Isso faz um abismo entre as escolas públicas e privadas. Pra gente isso é um recado na verdade, de que os estudantes hoje não tem a condição de entrar numa universidade e fazer sua graduação e sim cada vez mais cedo ir para o mercado precário de trabalho”, afirma, complementando que a ideia é batalhar por um novo Ensino Médio que seja inclusivo e debata a realidade das escolas e a volta da contratação de professores.
Nesta semana, o MEC anunciou o corte de R$ 332 milhões na educação básica e superior. “Para nós isso numa escola pública que tem o teto quase caindo na cabeça dos estudantes é inegável que a gente tem que estar nas ruas ocupando e reivindicando nossos direitos”, ressaltou.
Outra reivindicação do grupo é por mais segurança nas escolas com as ameaças de ataques e também após o caso de uma estudante ter sido esfaqueada por um ex-namorado na saída do Colégio Parobé há alguns dias. O coordenador do Coletivo Juntos diz que isso reflete na insegurança das escolas e que é preciso debater a segurança no meio, indo além de ronda policial e porteiros para combater os discursos de ódio e extrema violência.
Feltrin se formou no Ensino Médio em 2021 na IFRS Campus Alvorada. Atualmente é aluno do cursinho popular Emancipa e tenta uma vaga na faculdade de Educação Física da Ufrgs.