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Saúde

- Publicada em 15 de Agosto de 2023 às 21:33

Porto Alegre quer combater altos índices de hepatites

No Centro Histórico, são realizados, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, testes de hepatite B e C, HIV e Sífilis

No Centro Histórico, são realizados, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, testes de hepatite B e C, HIV e Sífilis


ANA TERRA FIRMINO/JC
O Rio Grande do Sul é um dos estados do Brasil com mais casos de hepatites, principalmente a B e C,  também consideradas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Entre 2000 e 2021, foram contabilizados entre os gaúchos 82.395 casos de hepatites virais, sendo 9.895 de hepatite A, 25.056 da B, 47.369 da C e apenas 75 da D. 
O Rio Grande do Sul é um dos estados do Brasil com mais casos de hepatites, principalmente a B e C,  também consideradas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Entre 2000 e 2021, foram contabilizados entre os gaúchos 82.395 casos de hepatites virais, sendo 9.895 de hepatite A, 25.056 da B, 47.369 da C e apenas 75 da D. 
Ao todo, há cinco tipos conhecidos de hepatite: A, B, C, D e E. As três primeiras são as mais comuns, a quarta é típica da região amazônica e a quinta ainda é pouco estudada. A forma de contágio e também o que causa no corpo é diferente para cada contaminado, mas todas atingem o fígado. As hepatites virais, sobretudo a B e a C, representam um desafio mundial comparável ao enfrentamento ao HIV e à Aids, à tuberculose ou à malária.
O Brasil possui um papel estratégico para a eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública. A população tem acesso, via Sistema Único de Saúde (SUS), às tecnologias mais modernas e eficazes para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das hepatites B e C disponíveis no mundo, de forma gratuita. A vacinação é um exemplo, sobretudo a dose ao nascer da vacina da hepatite B - o que não se apresenta como uma realidade nos demais países - e dos tratamentos para hepatite C, cuja proporção de cura é superior a 95% para os casos tratados adequadamente. 

Entenda como como é o contágio de cada hepatite

A hepatite A é contraída por via fecal-oral, e água ou alimentos contaminados, e esse tipo é cada vez menos frequente devido ao saneamento básico. A doença também pode ser considerada como IST, pois se a pessoa realiza sexo anal seguido de sexo oral, sem proteção, ou usando o mesmo preservativo, pode contrair hepatite A. Uma boa notícia é que existe vacina contra essa forma da doença, e é aplicada na infância, conforme o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Quando adultos contraem a doença, além da lesão no fígado a tendência é o amarelamento da pele, icterícia é o termo médico.
Já a hepatite B é um vírus muito contagioso, e uma das principais vias de transmissão é da gestante para o feto. Portanto muitas pessoas nascem com essa doença, mas isso também está diminuindo devido ao acompanhamento da saúde de gestantes e de recém nascidos. Também tem a característica de ser transmitida via sexo sem proteção e por meio de sangue e objetos perfuro cortantes. "Das três principais hepatites, a B tem vacinação gratuita para adultos e o imunizante é uma forma de prevenção", informa o médico infectologista do Grupo Hospitalar Conceição, Dimas Kliemann.
Um dos fatores de diferença entre os tipos B e C é que o primeiro é crônico, o vírus permanece no fígado, desativado, mas pode voltar a causar problemas em casos de imunodeficiência. Enquanto isso, a hepatite C é considerada curável, apesar de não ter vacina. Enquanto a tipo A causa lesão aguda no fígado e sintomas de inflamação como cansaço, prostração e falta de apetite, as hepatites B e C provocam uma lesão contínua no fígado, que ao longo dos anos pode levar à cirrose e a hepatocarcinoma, o câncer do fígado. No pior caso, o fígado pode parar de funcionar e a pessoa precisar de um transplante.

Porto Alegre tem índices de hepatite C quase três vezes maior que o resto do Brasil

Entre os gaúchos, a hepatite C é a mais comum, e em Porto Alegre, os níveis estão quase três vezes maiores do que no resto do País. Mas a região Sul, incluindo Santa Catarina e Paraná, também tem altos níveis de hepatite B na população. No Rio Grande do Sul, está concentrada em bolsões onde houve colonização italiana, pois eles trouxeram a doença da Europa. O infectologista comenta que há outros fatores, "mas a testagem nos deixa mais próximos da realidade".
O teste pode ser feito por exame de sangue ou pela picada no dedo e é disponibilizado gratuitamente pelo SUS. A prefeitura de Porto Alegre também propõe ações de fomento à testagem, com uma van de atendimento à população. O Projeto SIM, uma parceria da Secretaria Municipal da Saúde com o Hospital Moinhos de Vento tem ficado no Centro Histórico, das 8h às 16h. São feitos testes de hepatite B e C, HIV e Sífilis. Em caso de resultado positivo, a pessoa é encaminhada para uma unidade de saúde.