Prefeitura da Capital pede desapropriação de prédio da Confeitaria Rocco na Justiça

Na ação, que tramita na 4ª Vara da Fazenda Pública, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) postulou também que seja expedido mandado de imissão de posse, em caráter liminar e sob regime de urgência, contra os proprietários

Por JC

Fotos do prédio da antiga Confeitaria Rocco
No início da noite da última sexta-feira (7), a prefeitura de Porto Alegre ajuizou uma ação de desapropriação do prédio da antiga Confeitaria Rocco, localizado no Centro Histórico. Na ação, que tramita na 4ª Vara da Fazenda Pública, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) postulou também que seja expedido mandado de imissão de posse, em caráter liminar e sob regime de urgência, contra os proprietários. O imóvel foi declarado de utilidade pública pelo Decreto 22.041, do dia 21 de junho deste ano.

• LEIA TAMBÉM: Em estilo eclético, o projeto do prédio foi elaborado pelo arquiteto e construtor Salvador Lambertini, que faleceu em 1911. A obra foi concluída pelo arquiteto Manuel Itaqui Barbosa Assunpção, inaugurada em 20 de setembro de 1912. O edifício destaca-se por sua implantação no terreno de esquina como um bloco monolítico esculpido. Pertenceu a Nicolau Rocco (1861-1932), natural da Itália, antigo funcionário da famosa confeitaria “El Molino” de Buenos Aires. Em 1892, ele fundou a Confeitaria Sul-América em Porto Alegre. Em 1910, acompanhando o ‘boom’ imobiliário decorrente do desenvolvimento econômico da cidade, mandou construir o prédio da Confeitaria Rocco. A estrutura do prédio é mista de alvenaria de tijolos de barro e vigamentos de ferro. A área total do imóvel é de 1.560,00 metros quadrados distribuídos em quatro pavimentos.

A fábrica de doces, confeitaria, salão de chá e de festas, junto à Praça Conde de Porto Alegre (antiga Praça do Portão), era o local privilegiado dos encontros da sociedade rio-grandense, tanto pela localização e qualificação do imóvel, quanto pela qualidade dos doces. A decoração do interior era luxuosa, com tampos de mármore, entalhes de madeira, pinturas murais de grandes dimensões e iluminação cenográfica. Frequentaram seus salões, entre outros, os presidentes Getúlio Vargas e Eurico Gaspar Dutra e o poeta Mário de Andrade.