Nesta terça-feira (25), comemorou-se o Dia do Motorista e a reportagem do Jornal do Comércio foi às ruas conversar com pessoas que vivem o cotidiano desta atividade, em constante deslocamento. No Brasil, mais de 1,5 milhão de pessoas trabalham com transporte de passageiros ou entrega de mercadorias, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Se tornar motorista de aplicativo é uma profissão ou alternativa de renda extra para pessoas habilitadas, como é o caso de Paulo. “A decisão de virar condutor foi por uma renda extra mesmo e acabou virando profissão”, explica o motorista de 28 anos, que trabalha em torno de 10 horas diárias. Ele dirige de segunda a segunda e ressalta a flexibilidade do seu emprego. Paulo acrescenta que a remuneração é boa, mas pretende virar motorista de caminhão, com carteira assinada para conquistar a tão desejada estabilidade.
Já Marcos, de 30 anos, afirma que alguns dias são bons e outros bem ruins. Ele reclama da tarifa repassada pelos aplicativos, “colocam o preço como se fosse moto, mas carro gasta muito mais”. O motorista, que trabalha em uma plataforma exclusiva há cinco anos, ainda comenta que está se planejando para migrar de profissão. O plano é trabalhar até o final do ano e, após esse período, deixar como uma segunda opção de renda. Ele afirma que as condições de trabalho foram piorando ao longo dos anos, e os rendimentos estão diminuindo. “Antes de aceitar uma corrida, temos que rejeitar cinco”, lamenta.
Enquanto isso, os motoristas de ônibus seguem se adaptando com a ausência dos cobradores em algumas linhas. A prefeitura de Porto Alegre iniciou a retirada gradual dos trabalhadores da função em fevereiro de 2022. O motorista João, que trabalha há 13 anos com ônibus, afirma que “vai levando do jeito que dá” o dia a dia com as funções de cobrador somadas as do motorista.
Por outro lado, Jones trabalha como motorista há 16 anos e comenta que a carga de trabalho piorou com a retirada dos ex-companheiros diários de condução. “Temos que cobrar a passagem, dirigir, cuidar do trânsito, ajudar os cadeirantes, a atenção tem que ser dobrada”, comenta. Mas sobre a qualidade dos ônibus, ele ressalta que a frota está sendo renovada.
Por outro lado, Jones trabalha como motorista há 16 anos e comenta que a carga de trabalho piorou com a retirada dos ex-companheiros diários de condução. “Temos que cobrar a passagem, dirigir, cuidar do trânsito, ajudar os cadeirantes, a atenção tem que ser dobrada”, comenta. Mas sobre a qualidade dos ônibus, ele ressalta que a frota está sendo renovada.
Segundo o Ipea, quase 20% das pessoas que trabalham com transporte de pessoas ou entregas de produtos são motociclistas. “É difícil, bem perigoso, mas compensa”, resume Kelly, de 39 anos, entregadora há quatro anos. Ela trabalha para uma empresa terceirizada que presta serviço de entregas. Por dia, ela chega a fazer uma média de 22 entregas e conta que o número aumenta quando chove.
Em dias de pico e chuvosos como o desta terça-feira, em Porto Alegre, Kelly já chegou a fazer 40 entregas. Além da falta de segurança nas ruas, ainda há riscos de assaltos, ela já foi vítima de um, quando estacionou para entregar um pedido. Outro problema que atrapalha o rendimento é o atraso, tanto dos locais que fazem os alimentos, quanto dos clientes que recebem.