A passagem do terceiro ciclone extratropical pelo Brasil em menos de um mês causou a morte de pelo menos quatro pessoas e deixou uma série de estragos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Paraná nesta semana.
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Para explicar o fenômeno, a reportagem conversou com os meteorologistas Estael Sias, da MetSul, e José Carlos Figueiredo, do IPMet (Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp).
O que é um ciclone extratropical?
É um ciclone formado em latitudes médias. No Hemisfério Sul, ele ocorre especialmente na Argentina, Paraguai e Brasil (Rio Grande do Sul e Santa Catarina).
Por que ele se forma nessa região?
Porque é uma área com grande variação de temperatura -está no meio do caminho entre o Polo Sul e a região tropical - e é esse contraste térmico que faz nascerem fenômenos como frentes frias e ciclones nessa região.
Como se forma um ciclone extratropical?
O contraste térmico leva a uma mudança na pressão atmosférica. "Quando a pressão está muito baixa em uma região, a umidade que está na superfície é jogada para a atmosfera, formando nuvens gigantescas. E isso tudo numa área de dezenas de quilômetros e em rotação, girando no sentido do ponteiro do relógio e se movimentando", explica Estael. Por onde passa, o fenômeno provoca chuva e vento fortes.
Quanto tempo dura um ciclone extratropical?
Depende da velocidade com que ele se afasta. Há fenômenos com duração de algumas horas e outros que podem durar de 2 a 3 dias. "O ciclone do mês de junho, por exemplo, durou mais porque ele se formou entre São Paulo e Paraná e foi se deslocando em direção ao Rio Grande do Sul. Ele trouxe chuva excessiva e depois se afastou para o alto-mar", lembra a meteorologista. "Desde o nascimento, que chamamos de ciclogênese, geralmente são poucos dias."
Ciclones extratropicais são comuns?
Sim. José Carlos Figueiredo afirma que eles ocorrem com certa frequência, mas geralmente seus efeitos não são tão impactantes porque costumam se formar no mar. Nos últimos eventos registrados no País, porém, os ciclones se originaram no continente e em áreas povoadas, provocando destruição e mortes.
Qual a diferença entre um ciclone extratropical e um furacão?
O furacão é um ciclone originado nas águas quentes da região dos trópicos e com ventos com velocidade superior a 119 km/h. "A evaporação da água quente vai baixando a pressão atmosférica naquela região e, quanto mais baixa a pressão, mais esquenta a água, formando a estrutura gigantesca que é o furacão", diz Estael. Além disso, o deslocamento é diferente. Enquanto o ciclone tropical se forma no mar e depois vai para a costa, em um movimento de leste para oeste, o ciclone extratropical pode se formar sobre o continente ou mais próximo da costa e posteriormente avançar para o oceano.
Existe ciclone subtropical?
Sim. Quando os ciclones apresentam uma mescla de características dos fenômenos extratropicais e tropicais, eles são classificados como subtropicais. É o caso, por exemplo, daqueles que têm o núcleo quente dos furacões, mas em vez de se aproximarem da costa, afastam-se dela. "Para esse tipo de ciclone, a Marinha do Brasil tem uma lista de nomenclaturas", conta a meteorologista. "A Marinha determina o nome porque esses ciclones atuam em grande parte no oceano, impactando a navegação marítima, que está sob sua jurisdição".
O que é um ciclone extratropical?
É um ciclone formado em latitudes médias. No Hemisfério Sul, ele ocorre especialmente na Argentina, Paraguai e Brasil (Rio Grande do Sul e Santa Catarina).
Por que ele se forma nessa região?
Porque é uma área com grande variação de temperatura -está no meio do caminho entre o Polo Sul e a região tropical - e é esse contraste térmico que faz nascerem fenômenos como frentes frias e ciclones nessa região.
Como se forma um ciclone extratropical?
O contraste térmico leva a uma mudança na pressão atmosférica. "Quando a pressão está muito baixa em uma região, a umidade que está na superfície é jogada para a atmosfera, formando nuvens gigantescas. E isso tudo numa área de dezenas de quilômetros e em rotação, girando no sentido do ponteiro do relógio e se movimentando", explica Estael. Por onde passa, o fenômeno provoca chuva e vento fortes.
Quanto tempo dura um ciclone extratropical?
Depende da velocidade com que ele se afasta. Há fenômenos com duração de algumas horas e outros que podem durar de 2 a 3 dias. "O ciclone do mês de junho, por exemplo, durou mais porque ele se formou entre São Paulo e Paraná e foi se deslocando em direção ao Rio Grande do Sul. Ele trouxe chuva excessiva e depois se afastou para o alto-mar", lembra a meteorologista. "Desde o nascimento, que chamamos de ciclogênese, geralmente são poucos dias."
Ciclones extratropicais são comuns?
Sim. José Carlos Figueiredo afirma que eles ocorrem com certa frequência, mas geralmente seus efeitos não são tão impactantes porque costumam se formar no mar. Nos últimos eventos registrados no País, porém, os ciclones se originaram no continente e em áreas povoadas, provocando destruição e mortes.
Qual a diferença entre um ciclone extratropical e um furacão?
O furacão é um ciclone originado nas águas quentes da região dos trópicos e com ventos com velocidade superior a 119 km/h. "A evaporação da água quente vai baixando a pressão atmosférica naquela região e, quanto mais baixa a pressão, mais esquenta a água, formando a estrutura gigantesca que é o furacão", diz Estael. Além disso, o deslocamento é diferente. Enquanto o ciclone tropical se forma no mar e depois vai para a costa, em um movimento de leste para oeste, o ciclone extratropical pode se formar sobre o continente ou mais próximo da costa e posteriormente avançar para o oceano.
Existe ciclone subtropical?
Sim. Quando os ciclones apresentam uma mescla de características dos fenômenos extratropicais e tropicais, eles são classificados como subtropicais. É o caso, por exemplo, daqueles que têm o núcleo quente dos furacões, mas em vez de se aproximarem da costa, afastam-se dela. "Para esse tipo de ciclone, a Marinha do Brasil tem uma lista de nomenclaturas", conta a meteorologista. "A Marinha determina o nome porque esses ciclones atuam em grande parte no oceano, impactando a navegação marítima, que está sob sua jurisdição".
Folhapress