Parceria público-privada prevê construção de 10 novas unidades de Educação Infantil em Porto Alegre

Manutenção e conservação dos atuais colégios da rede própria são as metas do projeto

Por Maria Amélia Vargas

Ana Pellini, Sec. Municipal Parcerias na Escola Municipal Emilio Meyer. Prefeito Sebastião Melo lança programa em parceria com a iniciativa privada para revitalizar e construir novas escolas em Porto Alegre.
Em busca de resolver problemas recorrentes da cidade, a prefeitura de Porto Alegre aposta em mais uma parceria público-privada (PPP). O foco do programa Escola Bem-Cuidada, lançado na manhã desta terça-feira (27), é a manutenção e conservação dos atuais 98 prédios que abrigam os colégios da rede própria, além da construção de mais 10 unidades de ensino infantil. A previsão é de que a licitação seja lançada no primeiro semestre de 2024.

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Com orçamento anual de R$ 224,8 milhões por parte da administração municipal, os valores poderão ser revistos no decorrer do processo. O programa concede, por 20 anos, os serviços em escolas como construção, manutenção predial, segurança, limpeza, poda de árvores, reposições de equipamentos e mobiliários, operação de lavanderia em creches, gestão de gás, energia, água e esgoto, tecnologia da informação, entre outros.
“A maior razão para a elaboração deste projeto é que atualmente temos uma demanda represada por 6,3 mil vagas. Então temos que construir escolas, e neste projeto temos prevista a abertura de mais de 2,4 mil novas vagas”, apontou a secretária municipal de Parcerias, Ana Pellini.
De acordo com a gestora pública, em Belo Horizonte, onde o modelo já foi implementado, estudos comprovam a melhora no desempenho escolar a partir desta iniciativa. Este foi um dos pontos cruciais apontados pelo vice-prefeito da Capital e secretário interino de Educação, Ricardo Gomes. Para ele, “a expectativa é facilitar e simplificar os processos de manutenção para que os professores possam se concentrar cada vez mais no aluno. Tudo que fazemos é para chegar nos estudantes e assim dedicar energia no cuidado da educação das crianças”, salientou.
O plano que começou ser gestado no fim de 2022, com a contratação da SP Parcerias – sociedade de economia mista vinculada à prefeitura paulista já viabilizou modelo semelhante em São Paulo – para prestar consultoria na elaboração do edital. Até o segundo ano do programa, as novas escolas deverão estar concluídas.
“A nossa proposta se estrutura em três eixos, o primeiro é a construção de Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs), segundo a manutenção predial dos colégios já existentes e dos novos, e, por fim, a gestão operacional de serviços não-pedagógicos”, explicou a diretora da São Paulo Parcerias, Marcela Santos.
Agora, o projeto passará por consulta e audiência públicas entre os meses de agosto e setembro deste ano. Entre outubro e dezembro, o texto deve ser enviado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para análise do órgão de controle, e uma versão final do edital será elaborada.
“A gestão precisa fazer do presente uma estaca para o futuro, mas esta é uma mudança de paradigma muito grande. Estamos tirando de quem não sabe fazer e passando para quem entende”, afirmou o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.

Como funcionará o projeto
Hoje, há diversos contratos com terceirizadas para garantir manutenção ou serviços internos dentro das escolas. Se um problema reaparece após a prestação do serviço, é necessário abrir um novo processo de contratação, o que demanda tempo e atenção constante de diretores das escolas e do corpo técnico da Secretaria Municipal de Educação (Smed).
O objetivo, com o Escola Bem-Cuidada, é de que haja manutenção com regularidade e qualidade, pois o parceiro privado ganha em escala e é responsável pelo serviço por um longo período e com previsibilidade. Também deve haver integração entre projetos e execuções e, consequentemente, melhores condições de atendimento aos alunos e de trabalho para professores, funcionários e diretores.
Estão incluídos os trabalhos de construção, manutenção predial, mobiliários, segurança, limpeza, reposição de equipamentos, lavanderia das creches, serviços de gás, energia, água e esgoto, tecnologia da informação, entre outros. Entretanto, o plano não engloba qualquer interferência em conteúdo pedagógico, no trabalho de professores ou na área de pedagogia das escolas ou da Secretaria Municipal de Educação.


Loteamento de manutenção e operação
- Até o 4° mês: 8 escolas em operação no programa.
- Até o 13° mês: 38 escolas em operação no programa
- Até o 25° mês: 98 escolas em operação no programa + as 10 novas EMEIs construídas em locais ainda a serem definidos.