Novo superintendente da PRF no Rio Grande do Sul busca retomar o curso de polícia cidadã

Embora esteja no comando desde março, a cerimônia de oficialização ocorreu na manhã desta segunda-feira (26)

Por Maria Amélia Vargas

Cerimônia de oficialização do novo superintendente ocorreu ontem. novo superintendente da instituição no Estado, Anderson Nunes
Restabelecer a relação da Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Sul com o cidadão, sem deixar de lado o combate ao crime e a vigilância do trânsito. Estas são os principais comprometimentos do novo superintendente da instituição no Estado, Anderson Nunes. Embora esteja no comando desde março, a cerimônia de oficialização ocorreu na manhã desta segunda-feira (26) no auditório do Ministério Público Estadual, em Porto Alegre.
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“Queremos retirar a mácula da PRF como a polícia violadora dos Direitos Humanos”, afirmou Nunes. Para isso, ele salientou a participação de um representante em Comissão da Assembleia Legislativa voltada a esse mote e as ações conjuntas com o Ministério do Trabalho no combate às condições análogas à escravidão (deflagradas no início do ano durante a colheita da uva na serra gaúcha).
Entre os demais desafios, o novo comandante citou a repressão do contrabando e do descaminho nas estradas federais. “Em 6 mil quilômetros de rodovias, temos uma fronteira extensa, especialmente com a Argentina, por onde passam muitos produtos”, destacou. “Para isso, contamos com uma equipe de inteligência amadurecida, que nasceu aqui no RS, que atua incansavelmente com o Grupo de Policiamento Tático. Estamos também com processo de recrutamento interno para o Núcleo de Operações Especiais, que vai transitar por todas as fronteiras do Estado, reforçando o trabalho das delegacias”.
Sobre a reabertura de postos rodoviários – uma das promessas firmadas por Nunes após a divulgação de seu nome no Diário Oficial da União –, estas já estão em andamento. Segundo o comandante, já voltaram a funcionar unidades operacionais em Camaquã, Lagoa Vermelha, Torres, Soledade e Santa Vitória do Palmar. Além disso, há tratativas com as prefeituras para uma gestão compartilhada em Nova Petrópolis, Dom Pedrito e São Gabriel.
A ampliação desse quadro depende também do aumento de efetivos, cujas contratações já foram sinalizadas. Segundo o diretor-geral da PRF, inspetor Fernando Oliveira, “o País já chegou ao teto de 13 mil policiais, mas ainda há 1,4 mil excedentes do último concurso, aos quais solicitamos a prorrogação da validade por mais um ano, com a possibilidade de convocação neste período”.

Histórico do novo superintendente
Graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg), com pós-graduação em Direito Constitucional e Direito Previdenciário, Anderson Nunes serviu como fuzileiro naval entre 1997 e 2001 antes de ingressar na carreira policial. A carreira na PRF se iniciou em 2005, na delegacia de Santana do Livramento. Atualmente, estava lotado em Pelotas.

Durante a carreira, foi integrante da primeira equipe tática do Estado e do atual Grupo de Patrulhamento Tático da 7ª Delegacia de Pelotas. Na área administrativa, atuou como analista do Núcleo de Apoio Técnico (assessoramento jurídico), na Corregedoria-Regional, na Superintendência Executiva e no setor de Administração e Finanças da PRF do RS. Também desenvolveu atividades de membro e presidente de processos administrativos disciplinares no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, na Universidade Federal de Pelotas e na Corregedoria-geral da PRF. Por fim, atuou como analista de recursos hierárquicos para o diretor-geral da PRF.