No Rio Grande do Sul, há milhares pessoas ainda afetadas pelo ciclone extratropical. São 14 mortos, um desaparecido e mais de 4.913 pessoas desabrigadas e 797 desalojadas. Em Porto Alegre, nesta segunda-feira (19), as árvores caídas nas vias e locais com falta de energia, devido ao temporal da madrugada de sexta-feira (16), ainda atrapalham os cidadãos. No final de semana, o governador Eduardo Leite e ministros do governo federal sobrevoaram o Estado para avaliar os danos.
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Em Porto Alegre, as equipes estão nas ruas para os serviços de retirada de árvores e galhos, e também os reparos elétricos. Na rua Vieira de Castro, na altura da Olavo Bilac, no bairro Cidade Baixa, duas árvores atrapalhavam o tráfego de carros. O trecho foi isolado por volta das 14h e uma equipe da CEEE Equatorial trabalhava no local.
O supervisor elétrico da equipe afirmou não saber quantas vias estavam bloqueadas na cidade, "recebemos a ordem de serviço e o local, depois que concluímos recebemos a próxima e nos deslocamos". Mas, após o serviço, as árvores continuam caídas. "Nós fazemos apenas a liberação de risco elétrico, não mexemos com as árvores, isso é com a prefeitura", afirmou o supervisor da CEEE Equatorial, que não quis se identificar.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos afirma que montou uma força-tarefa com 100 pessoas, para realizar a retirada das árvores e galhos caídos. O trabalho está sendo realizado pelas empresas terceirizadas, equipes próprias de manejo arbóreo e de apoio à fiscalização, que fazem a vistoria prévia para encaminhar os casos mais urgentes. Desde quinta-feira (15), mais de 700 protocolos foram registrados no sistema, sendo 156 de pedidos de remoção de árvores e galhos.
As prioridades da secretaria são a desobstrução de vias de grande movimento que estão totalmente bloqueadas, escolas e postos de saúde e também a remoção de árvores em frente a residências, com risco de queda e desobstrução de ruas secundárias. Já a desobstrução de ruas sem saída ou de pouco movimento, remoção de árvores caídas em passeios, parques e praças e recolhimento de galhos e restos de vegetais são serviços não prioritários.
Ao todo, são sete mil clientes em todo o Estado ainda sem energia elétrica. De acordo com o último balanço da CEEE Equatorial, divulgado na manhã desta terça, 3,8 mil pontos estão sem luz. Os municípios mais impactados são Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Caraá e Santo Antônio da Patrulha. Segundo a concessionária, 99% do serviço de clientes afetados já foi regularizado. Já na área de concessão da RGE, são 3,6 mil pontos com falta de energia, o mesmo número divulgado na segunda-feira.
O vice-governador do Estado, Gabriel Souza (MDB), se reuniu com prefeitos do Litoral Norte nesta segunda. O encontro ocorreu para orientar os chefes do executivo de cada município a como acessar os recursos estaduais. A Defesa Civil Estadual também esteve presente, para auxiliar nas diretrizes a serem tomadas para recuperação das cidades.
No sábado (17), o governador Eduardo Leite sobrevoou o território gaúcho junto com os ministros da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. Leite afirmou que a prioridade é a assistência às famílias afetadas, resgate de vítimas e busca pelos desaparecidos. O governador também conta com verba federal para a reconstrução de três pontes em Caraá, em uma das regiões mais afetadas do Estado.
Estradas
Segunda a Polícia Rodoviária Federal, seguem bloqueadas os trechos:
Dois Irmãos, BR 116 Km 219, sentido decrescente (Capital/interior), interdição parcial em função de acúmulo de água na via.
Montenegro, BR 386, Km 418, sentido capital-interior, a faixa da direita interditada devido ao risco de desmoronamento da pista, faixa da esquerda segue livre; 200 metros de bloqueio;
Nova Petrópolis, BR 116 Km 181, bloqueio total em função de queda de barreira. Liberação total prevista para sexta-feira.