Responsável pela gestão de quatro hospitais (Nossa Senhora Conceição, Fêmina, Criança Conceição e Cristo Redentor), além da UPA Moacyr Scliar, 12 postos de saúde do serviço de saúde comunitária e de 9,2 mil funcionários, o diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Gilberto Barichello, afirma que a sua gestão tem a responsabilidade com qualificação do Sistema Único de Saúde (SUS) e que o sistema precisa ser uma bandeira de toda a sociedade. "Temos o dever de atender todas as pessoas", explica. Barichello destaca a representatividade do GHC para o sistema de saúde ao apontar que 32% da cirurgias do SUS feitas em todo o Estado ocorreram na instituição de saúde. O grupo realizou também 43% das sessões de quimioterapia de Porto Alegre. "O GHC além do ensino de excelência é um dos maiores formadores de trabalhadores e profissionais para o sistema público de saúde", ressalta. O diretor-presidente do GHC destaca ainda a inauguração do Centro de Oncologia para junho de 2024 que deverá contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Jornal do Comércio - Quais os desafios da sua gestão no comando do Grupo Hospitalar Conceição (GHC)?
Gilberto Barichello - Em primeiro lugar , a nossa gestão tem a responsabilidade com a qualificação do Sistema Único de Saúde (SUS). O sistema de saúde tem o dever de atender bem as pessoas. É extremamente importante o fortalecimento de sistema depois de quatro anos de uma gestão que negou a saúde pública. O SUS precisa ser uma bandeira de toda a sociedade. Temos também o compromisso com o ensino e a pesquisa. Portanto, é preciso mais ciência e mais conhecimento e não negar a ciência e o conhecimento. Temos 98 pesquisas clínicas sendo desenvolvidas pelos nossos profissionais de saúde. A proposta da gestão é construir internamente um pacto pela assistência no Grupo Hospitalar Conceição onde todos os recursos humanos e tecnológicos sejam colocados à disposição do cuidado das pessoas.
JC - Qual a previsão de conclusão do Centro de Oncologia do GHC?
Barichello - O Centro de Oncologia do GHC será inaugurado em junho de 2024. A obra avaliada em R$ 100 milhões que começou no governo Dilma Rousseff termina no mês de agosto conforme o contrato assinado com a empresa responsável pela construção. Precisamos de recursos financeiros para equipar o prédio e no período de transição a nossa gestão percebeu que no orçamento não tinha os recursos disponíveis para os equipamentos. Na minha posse, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que serão disponibilizados imediatamente R$ 28 milhões para a compra de equipamentos e mais R$ 10 milhões a aquisição de dois aceleradores lineares. A ministra garantiu um acelerador linear que será comprado pelo governo federal e o outro que virá mais adiante. Já autorizamos os processo de licitação para os equipamentos clínicos e não clínicos. Também serão abertas 630 novas vagas para o centro de oncologia. Temos uma epidemia de câncer no Rio Grande do Sul e não podemos deixar sem funcionamento uma obra que custou R$ 100 milhões. A inauguração do Centro de Oncologia em junho de 2024 deverá ter a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
JC - Como será desenvolvida a política de enfrentamento do inverno pela instituição de saúde?
Barichello - Estamos com todas as emergências dos hospitais do grupo e a UPA Moacyr Scliar superlotados isso que ainda nem chegou o inverno. Estamos discutindo medidas de enfrentamento ao inverno com as secretarias estadual e municipal da Saúde. A situação é gravíssima e o governo do Estado e a prefeitura têm que apresentar soluções para os hospitais especialmente para o GHC que atende 100% SUS. As quatro emergências do grupo funcionam 24 horas e nunca deixamos de atender os pacientes. Só que tem um limite e estamos acima do limite. Já notificamos o Ministério Público e as secretárias de Saúde do Estado e do Município chamando atenção para os riscos de uma superlotação.
JC - O GHC possui déficit de servidores? Existe a previsão de realização de concurso publico ou de contratação de funcionários?
Barichello - O que mais falta na instituição de saúde são técnicos de enfermagem e também médicos em torno de 230 profissionais. Também estão em falta outras profissões como a de enfermeiro, psicólogo assistente social e auxiliar de higienização de limpeza num total de 839 vagas mediante realização de concurso público. O GHC conseguiu avançar para um reajuste de 38% do vale-alimentação, depois de seis anos de congelamento do valor (foi de R$ 385,00 para R$ 527,68). O governo Lula tem uma outra visão de estado e valoriza as instituições públicas e por esse é que vamos contratar os profissionais porque somos um hospital que cuida das pessoas.