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Geral

Saúde

- Publicada em 09 de Maio de 2023 às 21:21

Hospital Nossa Senhora das Graças vai paralisar procedimentos eletivos em Canoas

Originalmente pertencente à Associação Beneficente de Canoas, a unidade está sob intervenção do município

Originalmente pertencente à Associação Beneficente de Canoas, a unidade está sob intervenção do município


Arquivo PMC/ Divulgação/ JC
Em mais um episódio de crise na saúde de Canoas, os médicos, enfermeiros e técnicos do Hospital Nossa Senhora das Graças, na Região Metropolitana de Porto Alegre, devem paralisar os atendimentos e procedimentos eletivos a partir desta quinta-feira (11). O motivo é a falta de insumos e materiais técnicos para atender os pacientes. Serviços de urgência e emergência continuarão funcionando. O hospital, originalmente pertencente à Associação Beneficente de Canoas, está sob intervenção do município. 
Em mais um episódio de crise na saúde de Canoas, os médicos, enfermeiros e técnicos do Hospital Nossa Senhora das Graças, na Região Metropolitana de Porto Alegre, devem paralisar os atendimentos e procedimentos eletivos a partir desta quinta-feira (11). O motivo é a falta de insumos e materiais técnicos para atender os pacientes. Serviços de urgência e emergência continuarão funcionando. O hospital, originalmente pertencente à Associação Beneficente de Canoas, está sob intervenção do município. 
Segundo a diretora da Região Metropolitana do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Daniela Alba, além da falta de materiais e medicamentos básicos para reverter paradas cardíacas, realizar intubações e tratar câncer, por exemplo, os profissionais da saúde estão sem receber o salário pelo mutirão de Cirurgias 2023, pelos meses de março e abril. De acordo com a entidade médica do Estado, não há previsão para quitar os vencimentos. "Apesar de tudo isso, o principal fator para a paralisação é a falta de insumos. Na semana passada, o hospital teve que cancelar duas cirurgias de câncer de intestino porque não tinha soro nem anestesia. Também não tinha material para intubar mais de um paciente", detalhou. 
Daniela conta, ainda, que a situação precária no Nossa Senhora das Graças se estende a outras unidades de saúde de Canoas, como o Hospital Universitário (Ulbra Canoas). "É perigoso, os profissionais precisam fazer uso racional dos materiais, por isso, apenas urgência e emergência continuarão funcionando" informou. E complementa: "É inadmissível que uma cidade como Canoas, que tem um dos maiores PIBs do Estado, esteja com a saúde na UTI", indignou-se.
O Simers entrou com um pedido para que o Tribunal de Contas do Estado faça uma avaliação dos recursos para a saúde do município, que ficam sob gestão plena da prefeitura. O órgão também já comunicou o Ministério Público do Rio Grande do Sul sobre a situação. "Estamos tentando fazer com que o município siga em intervenção ou que até perca a gestão plena", ponderou Daniela. 
Ainda de acordo com a diretora, o ex-secretário da Saúde, Aristeu Ismailow, informou que não havia recursos para repassar ao Nossa Senhora das Graças. Já o novo secretário, Felipe Martini, ao ser provocado pela entidade sindical com o objetivo de obter mais informações, não teria respondido à solicitação. O mesmo aconteceu ao tentar contato com o diretor do hospital, afirmou Daniela. "Ele também se esquivou", disse. 
A reportagem do Jornal do Comércio tentou contato com a direção do Nossa Senhora das Graças, através da assessoria de comunicação, mas não obteve retorno. A prefeitura de Canoas realizou uma reunião, por volta das 17h desta terça-feira (9), para tratar da questão, mas até o fechamento da edição, não havia uma resolução. As conversas devem prosseguir nesta quarta-feira (10).