Crise financeira leva Hospital Universitário de Canoas suspender cirurgias eletivas

A crise financeira deve-se a falta de repasse de R$ 18 milhões provocado pela demora na assinatura de um aditivo ao contrato com a Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam)

Por Maria Amélia Vargas

Hospital Universitário de Canoas realizou cirurgia cardíaca inédita no município
Com uma dívida que ultrapassa R$ 12 milhões, o Hospital Universitário de Canoas (HU) suspende as cirurgias eletivas (com agendamento prévio), a contar desta quinta-feira (27). A crise financeira deve-se a falta de repasse de R$ 18 milhões provocado pela demora na assinatura de um aditivo ao contrato com a Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam), administradora da instituição de saúde, ainda em 2022.

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Segundo o assessor especial do Gabinete do Prefeito, Felipe Martini, a demora de seis meses para regularizar a situação gerou uma bola de neve nas dívidas que ocasionou o colapso dos serviços e um déficit de R$ 169 milhões aos cofre públicos. “Essa dívida impacta na compra de insumos para realizar as cirurgias. Além disso, estamos também com pendências de PJs médicas, em torno de 20% para saldar a folha de pagamento”, explica.

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Em busca de soluções para a questão dos honorários médicos, a diretora da Região Metropolitana do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Daniela Alba, reuniu-se com o secretário municipal de Saúde de Canoas, Aristeu Ismailow, na tarde de quarta-feira (26). Durante o encontro, o secretário sinalizou que os valores devem ser quitados até o dia 2 de maio, a partir dos repasses provenientes do ICMS feito pela Fazenda Estadual.
Para amenizar os transtornos à população, ações estão sendo adotadas em conjunto com a rede assistencial do município. A instituição seguirá atendendo a emergência obstétrica, retaguarda pediátrica e outras urgências. Martini afirma, ainda, que a maternidade continua funcionando normalmente, assim como as consultas e exames.
“Solicitamos à população que, em casos mais simples, procure as unidades básicas de saúde, a fim de evitar a sobrecarga de atendimento nas UPAs e nos hospitais. Justamente para que estes pacientes de urgência e emergência, com, alta e média complexidade, possam ser atendidos na nossa instituição”