O Paleta Atlântida, que ocorreu no último sábado em Xangri-lá, foi efetivamente o maior assado coletivo do mundo, ao reunir 1.485 churrasqueiros. O número bateu o recorde do Canadá, onde 914 pessoas desempenharam tarefa similar. Mesmo assim,
o livro dos recordes, Guinness Book, não concedeu o título ao evento gaúcho. Muita gente ficou se questionando por quê, e o criador da versão gaudéria, Felipe Melnick, relata uma série de problemas antes e durante a prova. Teve, inclusive, roubo.
Melnick afirma que a organização passou três dias passando fiação elétrica para que tudo funcionasse bem. As chopeiras, por exemplo, demandam energia. Entre 3h e 4h da manhã de sábado, dia do evento, ele foi informado que cabos haviam sido roubados.
“Faltavam quatro horas para iniciar o evento e não tinha mais como resolver o problema do chope”, lamenta, acrescentando que sequer tinha como caminhões chegarem ao local, devido à quantidade de carros estacionados nas ruas de Xangri-lá.
Melnick contratou uma consultoria do Guinness para preparar a organização para abocanhar o título. O investimento para o trabalho foi de US$ 28 mil. Mas teve mais gasto. “A tentativa total, com espetos, proteína para cada um, porteiros, testemunhas e um supervisor a cada 50 pessoas, custou R$ 300 mil”, calcula.
Além dos furtos de fiação, os primeiros churrasqueiros a chegarem na praia pegavam mais mesas que eram designadas por pessoa, conforme Melnick. Isso fez com que faltasse para os que queriam se instalar também. O mesmo ocorreu com o carvão. Foram 15 toneladas do produto, mas alguns assadores pegavam mais que o necessário, fazendo faltar para os demais.
“No auge do evento, eu disse que nunca mais o faria na minha vida, mas recebi uma chuva de ligações do governo, prefeitura, secretário de turismo, falando ‘vamos bater esse recorde vezes 10 no ano que vem’. Existe oportunidade, sim, de fazer algo ainda mais estruturado e fantástico em 2024”, adianta, dizendo que, apesar de tudo, o Paleta Atlântida foi um evento lindo.
A desclassificação ocorreu porque, dos 1.660 assadores que participaram na praia, 175 não teriam ficado assando durante cinco minutos simultaneamente, taxa que ficou acima de 10%. Melnick explica que as pessoas foram separadas em bolsões entre bretes, mas as fitas separatórias foram arrebentadas. A organização, então, fez um único bolsão, onde todos os quase 2 mil assadores ficariam juntos.
Com o problema no trânsito, atrasou a chegada da carne e "algumas pessoas abandonaram o bolsão, outras acabaram desistindo", explica Melnick. "O pessoal do Guinness nos passou que é normal passar por duas ou três tentativas para bater o recorde", explica.