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População

- Publicada em 08 de Novembro de 2022 às 20:14

Recusa ao Censo chega a 49.272 domicílios no RS

O número máximo de recenseadores no RS, durante a coleta deste ano, chegou a 8 mil

O número máximo de recenseadores no RS, durante a coleta deste ano, chegou a 8 mil


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Ao contrário de outros tipos de pesquisa, o Censo não é aplicado por amostragem. De acordo com o próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o questionário tem de ser aplicado em todas as 80 milhões de residências no País - mais de 4 milhões no RS. Porém, desde o início do recenseamento, em 1º de agosto, até o dia 31 de outubro, o número de domicílios gaúchos em que os moradores se recusaram a responder a pesquisa chegou a 49.272 - o que corresponde a 1,55% dos domicílios ocupados já visitados no Estado.
Ao contrário de outros tipos de pesquisa, o Censo não é aplicado por amostragem. De acordo com o próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o questionário tem de ser aplicado em todas as 80 milhões de residências no País - mais de 4 milhões no RS. Porém, desde o início do recenseamento, em 1º de agosto, até o dia 31 de outubro, o número de domicílios gaúchos em que os moradores se recusaram a responder a pesquisa chegou a 49.272 - o que corresponde a 1,55% dos domicílios ocupados já visitados no Estado.
Embora o percentual de moradores que se recusaram a responder o questionário não seja elevado a ponto de comprometer o resultado da pesquisa, a recusa é um fator que impacta na velocidade da coleta, segundo o coordenador operacional do Censo 2022 no RS, Luis Eduardo Puchalski.
"Quando o recenseador vai a primeira vez ao domicílio e a pessoa se recusa, ele terá que voltar em outro momento. Às vezes, nesse primeiro retorno, ele consegue a entrevista, mas muitas vezes não consegue. Então, revisitar o domicílio por 'n' vezes faz com que o recenseador colete em um ritmo mais lento".
Conforme Puchalski, é comum a pessoa dizer que não irá responder a pesquisa no primeiro momento e mudar de ideia em outra ocasião. Geralmente, a recusa ocorre por falta de tempo por parte do morador. Inicialmente, o prazo estabelecido para a entrega dos dados estava previsto para 31 de outubro. Agora, a coleta em todo País foi prorrogada até dezembro, sem um dia específico.
 

Falta de recenseadores atrasa divulgação do Censo 2022

Apesar de 1,55% dos domicílios ocupados terem recusado a visita, o principal motivo para prorrogação do trabalho é a falta de recenseadores. Ainda em fase de planejamento, a estimativa de pessoal necessário para a execução da pesquisa no RS era de 11.200. Este número foi colocado à disposição nos processos seletivos, mas as vagas não foram preenchidas. No melhor momento da coleta, o total de vagas chegou próximo de 8 mil.
"As pessoas vão terminando seus setores e vão se desligando, mas a gente não consegue repor na mesma velocidade. Mesmo que ainda estejamos fazendo treinamentos e aceitando pessoas, nessas últimas semanas não temos sequer mantido o tamanho da equipe que tivemos algumas semanas atrás", explica.
Em todo Centro-sul do País, que inclui São Paulo, a coleta de dados está atrasada justamente pela falta de profissionais. Atualmente, 55,9% da população está recenseada em SP. Um dos fatores que ajuda a explicar o porquê de as vagas não serem preenchidas é a série de impedimentos durante o processo seletivo. Nas primeiras coletas, os Microempreendedores Individuais (MEI) não estavam aptos, devido ao fato de já terem uma empresa em seu nome. "No Censo de 2010, tínhamos 700 mil Microempreendedores Individuais no Brasil. Hoje, muito influenciado pela pandemia, temos mais de 14 milhões. Então, boa parte das pessoas que estariam à disposição para trabalhar no Censo, hoje não estão porque são MEI", diz Puchalski. Nas últimas semanas, o IBGE passou a aceitar a categoria, porém, ainda não foi possível aumentar, de fato, a equipe.
Outro fator que contribui para a falta de recenseadores é a taxa de desocupação. Os estados com as maiores taxas são os mesmos com o maior número de recenseadores. "No Rio Grande do Sul, na metade Sul, na região da Fronteira Oeste (Uruguaiana, Alegrete e Livramento) e até mesmo na região Sul (Pelotas e Rio Grande), que são regiões com a economia um pouco mais frágil, nós tivemos uma quantidade maior de inscritos."
 

IBGE divulgará resultados em dezembro

Desde o Censo de 2007, a coleta é realizada de forma eletrônica, por meio de um smartphone. No momento em que o recenseador faz a coleta, ele imediatamente transmite essas informações criptografadas para a sede do IBGE no Rio de Janeiro. Na medida que a coleta é encerrada, o instituto já tem acesso aos dados básicos, que inclui a população por sexo e idade.
Neste ano, até o dia 31 de outubro, foram recenseadas 7.173.380 pessoas no Rio Grande do Sul, sendo 3.726.283 mulheres e 3.447.097 homens. O número corresponde a 62,56% da população estimada. As entrevistas foram realizadas em 2.782.398 de domicílios gaúchos, sendo que 2.760.429 questionários foram preenchidos presencialmente, além de 10.638 entrevistas por telefone e 11.331 pela internet.
Ao final do ano, o IBGE tem o compromisso de informar os dados da população ao Tribunal de Contas, principalmente devido ao Fundo de Participação dos Municípios. Coforme Puchalski, este será o número absoluto de habitantes. Posteriormente, com base em modelos matemáticos, haverá um acréscimo na população considerando os domicílios com morador ausente.