Com medo de que as mobilizações nas estradas contra o resultado das eleições gerem desabastecimento de combustíveis, os postos de gasolina registram longas filas na manhã desta terça-feira (1). A situação ocorre em Porto Alegre e no interior do Rio Grande do Sul. Os
supermercados também estão preocupados com a falta de produtos, que pode começar, caso não haja normalização.
Conforme a Rede SIM, os estoques estão críticos em Porto Alegre.
“Em Caxias do Sul, já temos algumas unidades com falta. Em Santa Rosa, nenhum posto tem gasolina”, diz Carla Perussato, gerente de comunicação da empresa.
Algumas redes estão limitando o valor máximo de R$ 100,00 para motoristas que recorrem aos postos.
No Ecoposto, na avenida Ipiranga, na Capital, não há mais gasolina comum desde cedo. Agora, apenas a aditivada é comercializada, pelo valor de R$ 5,09 o litro.
O Sindipetro-RS interpreta que os bloqueios nas rodovias representam “uma ação de contestação da eleição, nada a ver com a pauta dos trabalhadores nem dos preços dos combustíveis”. “Deste modo, é momento das instituições funcionarem: justiça e polícia”, avalia a presidente, Miriam Ribeiro Cabreira.
João Carlos Dal'Aqua, presidente do Sulpetro, informa que Vibra e Shell tiveram dificuldades com caminhões trancando a saída na madrugada. "Mas a expectativa é de que situação vá se arrefecendo durante o dia com desbloqueios", acrescenta. Segundo ele, os postos, de maneira geral, já têm estoques baixos. "Nossa logística, quando faz pedido à distribuidora, é de um dia para o outro. Então, se você tem estoque baixo e demanda maior, é possível ficar sem produto", expõe.
Mara Machado se assustou com as notícias e decidiu abastecer em um posto da avenida João Pessoa, na Capital. “Eu trabalho com festa infantil, estava indo até o Centro para comprar material para as festas do fim de semana. Vinha escutando no rádio os acontecimentos de estradas bloqueadas, manifestações e então comecei a ver filas nos postos. Me dei conta que iria acabar a gasolina. Acho que a democracia tem que ser cumprida. Enquanto o presidente não se manifestar, dizendo que aceita solenemente os resultados das urnas, será um ‘incentivo calado’ aos adeptos a essas ideias”, interpreta.